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Um milhar de manifestantes no Porto pela igualdade de género e paz no mundo

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Foto Facebook MDM - Movimento Democrático de Mulheres

Mais de mil pessoas manifestaram-se hoje na baixa do Porto para reivindicar igualdade de género e paz no mundo e lutar contra a violência conjugal e a prostituição no âmbito das comemorações do Dia Internacional da Mulher.

Foi da Praça da Batalha, junto ao Teatro Nacional São João, que partiram cerca de mil manifestantes com rosas brancas, apitos, cartazes e faixas, onde se liam palavras de ordem como "Mil razões para lutar, os Direitos das Mulheres não podem esperar", "Nós damos a vida, exigimos a paz", "Parar a guerra, dar uma oportunidade à paz", "Proxenetas aqui não, prostituição é exploração", "Pela Paz e pelo pão, as mulheres cá estão" ou "Mulher escuta, é tempo é de luta".

"Nós, mulheres, temos mil razões para lutar e consideramos que os nossos direitos não podem continuar a esperar. A nossa interpretação daquilo que é a situação nacional e internacional e as consequências que tem na vida das mulheres aponta para um agravamento muito grande das nossas condições de vida e de trabalho", declarou à Lusa, Sandra Benfica, da direção do Movimento Democrático de Mulheres (MDM), referindo que a manifestação nacional de hoje é a sétima manifestação consecutiva marcada pela organização, para assinalar o dia internacional.

Segundo Sandra Benfica, as mulheres estão a viver uma situação "completamente incompatível com uma ideia de um país desenvolvido" no que diz respeito às desigualdades, às descriminações, às violências.

"Pensamos que estamos a viver uma situação de subexploração e de desrespeito total por aquilo que é o estatuto social das mulheres". A "crise económica está a ser usada sobretudo para encher os bolsos de uns quantos em detrimento daquilo que é o bem estar da generalidade da população", disse a dirigente.

Questionada pela Lusa sobre quais os principais problemas que as mulheres estão a sentir atualmente em Portugal, Sandra Benfica destacou, de imediato, a área do trabalho e da saúde.

"Ao nível do trabalho, continuamos a ser as mais preteridas nos trabalhos, a que temos trabalho mais precário, porque ganham salário menor, as que de facto não conseguem conciliar a sua vida laboral, com a vida pessoal, mas também familiar", disse, recumindo: "Nós não temos tempo para nós".

Sobre a saúde, Sandra Benfica refere que as mulheres estão a viver uma "situação absolutamente dramática", designadamente com o "fecho das maternidades", a falta de "cuidados na gravidez e no pós-parto".

"As mulheres têm o direito a ter os seus filhos em segurança, as mulheres têm direito a ter os seus filhos numa maternidade do Serviço Nacional de Saúde e não ter uma criança a caminho de um hospital, numa ambulância, com riscos enormes para a sua vida e para a do seu filho".

A questão da violência doméstica é "insuportável", lamentou Sandra Benfica.

"A violência doméstica continua a matar em Portugal. Querem legalizar a prostituição como um trabalho para as mulheres, numa altura em que exigimos trabalho com direitos para podermos viver. O custo de vida arrasa-nos completamente", concluiu.

As cerca de mil pessoas manifestaram-se esta tarde na Praça da Batalha, nas ruas de Santa Catarina e Fernandes Tomás e a ação terminou na zona da Trindade, local onde foram feitas várias intervenções.