Madeira

João Casanova de Almeida alerta para baixos salários dos licenciados

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O antigo secretário de Estado do Ensino e Administração Escolar João Casanova de Almeida lamentou, hoje, que a formação superior não esteja a ser reconhecida pelo mercado de trabalho, em termos salariais.

O ex-governante, actualmente chefe de gabinete do presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, falava na sessão de encerramento do X Congresso Luso-Brasileiro de Direito, que decorreu no Parlamento madeirense, subordinado ao tema 'Insularidade, Família e Migração'.

João Casanova de Almeida vincou que os Estados que apostam, através do Orçamento, na Educação são aqueles que mais pessoas conseguem retirar da pobreza. 

Porque tiramos do lado dos apoios sociais e colocamos do lado dos contribuintes activos. É assim que os Estados conseguem minimizar os impactos da falta de oportunidades das gerações anteriores, por não terem apostado fortemente na massificação da Educação João Casanova de Almeida, chefe de gabinete do presidente da Assembleia Legislativa da Madeira

O antigo secretário de Estado do XIX Governo Constitucional socorreu-se dos dados da Fundação José Neves, que revelam que as pessoas com qualificações superiores perderam 11% do salário, entre 2009 e 2019. “Como é que se transmite que a importância está na Educação?”, interrogou. “Os únicos avanços salariais, que existiram entre 2009 e 2019, foram nas qualificações mais baixas. Não nos podemos acomodar. Se nós nos acomodamos não conseguimos tirar um país, que é o nosso, destas rotinas”. O salário médio dos licenciados, passou numa década, de 2100 euros para 1800 euros. “Houve um retrocesso na formação de pessoas que podem ajudar a fazer a diferença”, alertou. “Nós temos um papel muito importante que é ajudar cada vez mais as famílias a que deem valor social à educação”, concluiu João Casanova de Almeida, em tom de alerta para a importância da valorização da formação superior através dos salários.

O secretário regional de Educação, Ciência e Tecnologia, Jorge Carvalho, destacou, também, a importância da formação para o acesso a “novos contextos mais favoráveis do ponto de vista salarial, e por isso esse apelo é relevante. Esta condição de habilitação é importante para capacitar os cidadãos”, vincando que a formação deve ter por base “as competências e a motivação do indivíduo”, com vista à realização pessoal.