Corrupção “endémica”
Na recente visita à Madeira André Ventura líder do Chega (LC) fez mais uma afirmação na linha das suas habituais mistificações populistas que sendo uma ofensa aos madeirenses foi no entanto aplaudida pelos 130 correligionários que com ele jantaram. Ao afirmar que “a corrupção na Madeira é endémica” LC está pura e simplesmente a dizer que a corrupção é uma espécie de doença inerente e circunscrita à Madeira e aos madeirenses. Tal como rotulou os ciganos de “vadios” e “bandidos” e fez afirmações de cariz racista e xenófobo contra imigrantes, chegou agora a vez de a Madeira e os madeirenses serem insultados pelo LC de “corruptos endémicos”.
A acrescer temos as declarações de um tal Pacheco líder do partido nos Açores que não se coibiu de mandar recados ao seu correligionário madeirense nomeadamente que os futuros deputados do partido seriam “umas lindas flores”, talvez como a Bananilha, os Brincos de Princesa, o Chorão e outras que ainda que “lindas” não deixam de ser espécies invasoras e altamente prejudiciais, tal como seriam para a democracia as “flores” do Chega na Madeira se os madeirenses os elegessem, uma vez que são incapazes de se demarcar das afirmações e comportamentos de cariz antidemocrático do LC.
Propõe-se LC fazer uma “limpeza” na Madeira e nos madeirenses que ele considera corruptos endémicos. O passado ensina-nos que as “limpezas” dos governos chefiados por autocratas que LC tanto preza começam com a submissão do poder Judicial ao serviço da governação autocrática e da sua pandilha, minando a sua independência e coagindo juízes e tribunais a proferir sentenças não de acordo com a Justiça mas com os interesses políticos e económicos dessa autocracia.
Consta que LC prepara um encontro em Lisboa com a presença de Bolsonaro e Trump o que vem confirmar quanto se revê nestes autocratas responsáveis por milhares de mortes ao negligenciarem o combate à Covid e por incitarem atentados contra instituições democráticas nos seus países.
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