Dá gosto ver!
Detectamos hoje cinco motivos de regozijo. Afinal nem tudo anda à deriva na ilha
Boa noite!
Antes da pausa pascal - já que em ano eleitoral importa ir retemperando forças atempadamente e sempre que há oportunidade para parar e pensar - detectamos cinco motivos para regozijo numa ilha nem sempre cúmplice da excelência e por vezes mergulhada em tormentas absurdas e derivas lamentáveis, ora ditadas por inabilidades ancestrais, ora por negações de diversa ordem.
Não é que tenha deixado de haver episódios merecedores de crítica severa, com particular destaque para um sem número de protagonistas militares que teimam em não admitir qualquer avaria do navio ‘Mondego’ que colapsou em alto mar, com testemunhas a bordo. Sabe-se muito bem porque é que as altas patentes negam o óbvio e deixam toda a guarnição obediente num meio naval sem água, luz e alimentação.
1. Há de novo um madeirense a liderar a Associação Académica de Lisboa. Diogo Martinho Henriques foi empossado presidente há uma semana e tem um mandato para lutar pelas grandes causas dos estudantes, sem partidarizar o associativismo. Todos sabemos que é secretário-geral da JS na Madeira, mas acreditamos que será inclusivo numa academia com tradições no pluralismo de ideias e sã convivência entre todas as tendências políticas. No final dos anos oitenta, de tão boa memória, com o madeirense Eleutério Câmara como timoneiro, a AAL era uma referência.
2. Tem estado dinâmica e atractiva a Feira do Livro do Funchal. Essa é a imagem que sobra da diversidade de eventos e dos lançamentos de obras literárias. Pelos vistos a mudança de data foi aliada da procura. Resta saber é se do lado da oferta há satisfação em relação às vendas.
3. As ordens profissionais revelam-se bem atentas à actualidade e abrem portas aos outros saberes e experiências. Sem complexos. A Ordem dos Médicos vai dar início ao ciclo de sessões ‘Ordem de Ideias’ que visa abordar temas com implicação na prática do exercício da Medicina. A Ordem dos Advogados organiza diversos colóquios sobre direito do Trabalho, com um primeiro olhar sobre as novas regras do Código do Trabalho. A Ordem dos Engenheiros está a organizar uma Tarde de Engenharia sob o tema Energia Sustentável e Clima em Contexto Insular, para abordar os desafios e as oportunidades no contexto insular na aplicação das políticas energéticas em Portugal e na União Europeia, com foco no Plano de Acção para a Energia Sustentável e Clima da Região, na eficiência energética nos edifícios, nos autoconsumo e comunidade de energia e nas soluções de financiamento para investimento na eficiência energética. Dá gosto ver a sociedade civil empenhada a pôr a Madeira na ordem!
4. O primeiro filme madeirense premiado internacionalmente, ‘Posso olhar por ti’, de Francisco Lobo Faria, estreia amanhã em 25 salas de cinema de todo o País. Como garante que “vale a pena ir ao cinema ver o talento dos nossos”, cabe-nos fazer a nossa parte, ou seja, comprar bilhete, ir à festa da sétima arte e só depois comentar.
5. Os que contestam ou elogiam o IVA a 0% tendem a animar o debate público. A poupança é pouca, ou seja, contas feitas pode rondar os 10 euros nos 44 produtos do cabaz socialista numa operação política que custa 600 milhões de euros. Mas é um avanço civilizacional conseguir que todos os intervenientes na cadeia de produção e distribuição, na governação e na fiscalização se comprometam em não mexer nos preços durante algum tempo e lancem para cima da mesa opções mais arrojadas na descidas de outros impostos. Quanto a avanços e recuos, tanto lá, como cá, abundam peritos no contorcionismo.