PS diz que secretário da Educação foge a explicar denúncias na Escola Hoteleira
Foi através de uma nota de imprensa que o líder do grupo parlamentar do PS-Madeira na Assembleia Legislativa acusou o secretário regional de Educação, Ciência e Tecnologia de estar fugir às explicações, no parlamento, sobre as denúncias de discriminação e escravatura feitas por alunos de São Tomé que frequentam a Escola Profissional de Hotelaria e Turismo da Madeira.
Conforme nota o partido, o caso foi denunciado pelo DIÁRIO no passado dia 24 de Março, tendo o Grupo Parlamentar do PS, nesse mesmo dia, apresentado um pedido de audição parlamentar a Jorge Carvalho, "de modo a que viesse ao Parlamento prestar os devidos e necessários esclarecimentos acerca da situação verificada, das queixas existentes e da eventual tomada de medidas por parte da Secretaria Regional", dizem na referida nota.
Alunos de São Tomé manifestam-se contra condições oferecidas pela Escola Hoteleira
Condições do alojamento, falta de alimentos ou horários que consideram de "escravatura" entre as razões apontadas
No entender de Rui Caetano, "ainda que tenha sido solicitada a intervenção da Inspeção Regional de Educação, Jorge Carvalho não pode furtar-se a dar as explicações que se impõem", aponta a missiva socialista, salientando que essa situação não é aceite pelo líder parlamentar do PS-Madeira, muito menos que "a presidente da Comissão de Educação, Desporto e Cultura, a social-democrata Sónia Silva, não tenha incluído este ponto na ordem de trabalhos da comissão, marcada para esta quinta-feira, optando por agendar a deliberação sobre esta matéria apenas para depois do período da Páscoa".
Perante esta decisão, entendem os socialistas que "esta é uma atitude que visa somente protelar a discussão do tema, enquanto, alegadamente, se mantêm os problemas dos quais se queixam os alunos".
Escola Hoteleira desmente queixas dos alunos de São Tomé
Foi numa conferência de imprensa, ao início desta tarde, que o corpo directivo da Escola de Hotelaria e Turismo da Madeira desmentiu as denúncias e queixas feitas nos últimos dias pelos alunos de São Tomé e Príncipe que estudam na Região ao abrigo de um protocolo entre este estabelecimento de ensino e o Governo são-tomense.
“O caso não se resolve com a vinda do corpo directivo da escola a público desmentir as queixas feitas pelos estudantes. Esta é uma situação extremamente grave, porque estão em causa os direitos básicos de um grupo de alunos, uma situação que já mereceu inclusivamente uma tomada de posição por parte do próprio primeiro-ministro de São Tomé. Portanto, o Governo Regional não se pode escusar a dar as explicações necessárias e a intervir com a maior urgência possível”, nota Rui Caetano.