Orcas avistadas na Calheta
Eram perto das 15 horas quando o alerta veio de terra para as embarcações: “Orcas a 10 milhas da costa da Calheta”. O capitão Tony Canha e Filipe Moura saíram da marina para confirmar o avistamento da Estefânia que estava no posto de vigia. Pouco mais de meia hora de aprontamento dos dois semi-rígidos e a acomodar os turistas a bordo, traçaram rumo ao local e em minutos estavam a escassos metros de um grupo de oito super-predadores. Confirmava-se. “É raro ver orcas por cá”, dizia o Tony ainda com a emoção à flor da pele.
O relato torna-se ainda mais emotivo porque Natalie Fink, uma cidadã holandesa tinha o sonho de criança de algum dia ver uma orca, afinal de contas não é em vão que na sua casa da Calheta colecciona mais de 500 peças deste tipo de animal.
Ontem as lágrimas corriam rosto abaixo da nórdica e a confissão em inglês “it’s a dream came true [é um sonho tornado realidade]” na sua página do Facebook era escrito, porque, na hora, faltaram as palavras para descrever aquilo que os seus olhos viram. Ali tão perto e em ambiente selvagem. Livres. E apesar de muitas vezes as orcas serem agressivas e de ostentarem o título de “baleias assassinas”, ontem deixaram o epíteto de lado e socializaram.
“Deve ser dos mares calmos e terapêuticos da Madeira”, ouvia-se do outro lado do rádio do barco de borracha e onde estavam 12 elementos a bordo.
Terão sido 15 minutos mais inesquecíveis para os que amam a vida marinha e que podem dar graças ao olhar atento da vigia que “é um elemento importante que começa muito antes do barco sair”, diz o capitão da embarcação da empresa de animação turística WildBlue.
“Ela procura por pequenas referências, como as aves marinhas, espumas aquando dos saltos dos golfinhos, dorsais que brilham que os cetáceos estão a superfície como também grandes sopros que são expelidos da água”, resume o trabalho que é feito com potentes binóculos.
O registo fotográfico foi também enviado para o IFCN - Instituto de Florestas e Conservação da Natureza - que regista o acontecimento e encarrega-se de analisar as espécies e catalogar a passagem pelos mares da Madeira