Erros de palmatória
A Escola Hoteleira revelou estranho défice comunicacional num caso que vai deixar marcas
Boa noite!
Desde a semana passada que assistimos, incrédulos, a diversos erros de palmatória na gestão comunicacional da alegada “discriminação” na Escola Hoteleira da Madeira, bem reveladores da forma primitiva como determinados decisores ainda lidam com o jornalismo, que estando obrigado a ouvir as partes atendíveis, não está dispensado de partilhar informações de relevante interesse público mesmo quando uma parte, intencionalmente, depois de confrontada com os factos, nada diz.
É inadmissível que sabendo das denúncias de alunos e funcionários o director pedagógico tenha optado pelo silêncio que viria a revelar-se contraproducente. Na quinta-feira, quando questionado pela jornalista do DIÁRIO, não tinha autorização para falar ou não tinha a cartilha preparada?
É ridículo que só passados três dias da polémica ter vindo a público e depois de vários partidos terem abordado o tema é que haja um esboço de reacção da Escola, através de solicitação de um direito de resposta que não cumpria os requisitos legais, já que nos chegou sem assinatura, nem identificação, emenda que viria a ser feita apenas ontem à tarde com João Pedro Entrudo a assumir aquilo que Miguel Saunders enviara indevidamente de véspera.
É intolerável que os mais altos responsáveis da Escola Hoteleira desconheçam a Lei de Imprensa e pior, não saibam distinguir “discriminação” de “descriminação”, tenham dificuldade em contar os alunos contestatários, como se setenta fossem uma dúzia, e não percebam que “escravidão” e “escravatura” não são alucinações jornalísticas mas termos usados pelos jovens são-tomenses.
É incompreensível que a estrutura directiva da Escola tenha só agora, e depois do protesto público, sentido necessidade de relatar a alegada indisciplina excessiva dos alunos. Porque será que ocultou alegados comportamentos desviantes ou não foi capaz de resolvê-los?
Aguardemos pelo resultado previsível da Inspecção da Educação, na esperança que seja rigoroso e exigente, ou seja, de teor semelhante ao raspanete dado ontem pelo secretário que tutela as escolas aos alunos revoltados.
Chega de mediocridade
"Gostaria de colocar excelência do topo à base. Nada medíocre. Temos aceitado mediocridade por muito tempo. Chega. Quando eu joguei isso não era aceite. Quando jogava esperavam que ganhássemos jogos".
A eloquente frase é do antigo jogador do Marítimo, Alex Bunbury ,que apresentou hoje um projecto de investimento para o clube madeirense, mas que desta forma também se atira sem contemplações à gestão duvidosa do emblema que continua na Liga dos últimos.
“Hora de burro!”
A morte de duas pessoas na sequência de acto isolado no centro ismaelita em Lisboa revelou também o pior do oportunismo político do líder do Chega, que sem o devido recato e sentido de Estado optou por responsabiliza o primeiro-ministro pelo que aconteceu, acusando o Governo de adoptar uma “política de bandalheira” no que concerne ao acolhimento de refugiados.
André Ventura usou tom agressivo no Twitter, serenou quando falou sede do Chega para depois voltar atacar no Parlamento, “opondo-se às portas abertas”. Mas não foi por ter feito três intervenções que se revelou assertivo. Bem pelo contrário. Ignorou que Portugal é dos países seguros do mundo e pelo menos o sexto mais pacífico. Estigmatizou a imigração como se fosse a origem de todos os males e crimes. Errou ao deduzir que a tragédia no Centro Ismaili, em Lisboa, por ter como protagonista um descompensado cidadão afegão configurava imediatamente um atentado terrorista. E revelou imprudência como se na Europa da livre circulação e da cooperação fosse recomendável fechar fronteiras.
Mural da estória
Dada a manobra mal sucedida da Marinha para negar as evidências de uma avaria negada por três vezes só falta alguém da guarnição dizer que o ‘NRP Mondego’ foi alvo de sabotagem. Poupem-mos que o mar é imenso e não há navio que nos valha.