Taxista assaltante
Cheguei ao Aeroporto de Lisboa – Humberto Delgado, no dia 25 às 23:00 horas. As malas saíram rapidamente e, como verifiquei que não tinha dinheiro na carteira, a minha mulher levantou 60,00€ na ATM.
Tomei o táxi que estava a seguir. O motorista pareceu não saber por onde ir para a morada da nossa casa. Pensei perguntar-lhe porque não usava o GPS, mas resolvi indicar-lhe o caminho. Veio todo o caminho a falar dos “parasitas da Uber”. Quando cheguei a casa, disse-me que a corrida era 17,80 €.
O táxi não tinha luz interior. Meti a mão na carteira e entreguei-lhe uma nota de 20,00€ (tinha retirado da ATM duas notas de 20 e duas de 10).
O motorista rapidamente me disse: “Desculpe, deu-me uma nota de 5,00€!”. Fiquei admirado, porque não sabia que tinha na carteira uma nota de 5. No entanto, como ele estendia a nota de 5, voltei à carteira e entreguei uma nota de 20, pedi desculpa e disse-lhe para ficar com o troco. De qualquer maneira, pareceu-me que alguma coisa não estava bem...
Tiradas as malas, o motorista apressou-se a ir embora.
À luz de um candeeiro, tirei a carteira e verifiquei que tinha...2 notas de 10 e a de 5 que tinha recebido do motorista!
Como podem imaginar, fiquei com vontade de correr atrás dele e torcer-lhe o pescoço.
De qualquer maneira, era a palavra dele contra a minha.
Dei conta do sucedido na minha página do Facebook. Logo de imediato, dezenas de pessoas comentaram, muitas delas, contando episódios semelhantes que lhes tinham acontecido ao longo dos tempos.
O que aqui está em causa nem são os 20 euros que me foram extorquidos. É pela sem-vergonha e desfaçatez, desonestidade e postura de ladrão barato deste representante de uma classe profissional, motoristas de táxi, que se fartam de pregar contra os Uber, Bolt, Kapton, Cabify e outros TVDE (transportes individuais organizados e disponibilizados a partir de uma plataforma electrónica e realizados em veículo descaracterizado). Estes, pelo menos, não conseguem fazer aldrabices deste género e estão sujeitos a avaliação em cada serviço que prestam.
Nestes quatro últimos dias, tenho sabido de dezenas de situações acontecidas com motoristas de táxi, com especial incidência nos que fazem praça nas chegadas do aeroporto de Lisboa, mas não exclusivamente.
Creio que seria tempo de entidades como a Associação Nacional dos Transportes Rodoviários em Automóveis Ligeiros (ANTRAL), a Federação Portuguesa de Táxis (FPT), a associação de Táxis Unidos de Portugal (ANTUPE), a Federação de Sindicatos dos Transportes e das Comunicações (FECTRANS) e, mesmo, a PSP, a Polícia Judiciária, o Ministério Público, tomarem providências para que as pessoas não confundam a árvore com a floresta. Que se preocupem em averiguar a situação e punir eventuais transgressores, porque acredito que a maioria dos taxistas são pessoas sérias e honestas.
Se o não fizerem, o opróbrio continuará a cair sobre toda uma classe de profissionais que são muito importantes para a mobilidade, tanto de cidadãos nacionais, como de estrangeiros que visitam Portugal.
Não creio que alguém se possa dar a esse “luxo”, num país europeu que pretende dar mostras de civilidade e de civismo.