O conselheiro nacional da comunidade Ismaili manifestou-se hoje chocado com o ataque que vitimou mortalmente duas pessoas esta manhã no Centro ismaelita, em Lisboa, e agradeceu todas as mensagens de condolência recebidas.

"A comunidade está emocionada pelas centenas de mensagens solidárias que nos tem chegado. Confiamos no cabal esclarecimento e estamos a colaborar com as autoridades", afirmou Faizal Ali, numa curta declaração feita esta tarde aos jornalistas à porta do Centro Ismaili, em Lisboa.

Duas mulheres foram mortas estas manhã no Centro Ismaili, na sequência de um ataque com uma arma branca por um homem que foi detido e que está hospitalizado após sido baleado pela polícia.

Faizal Ali sublinhou que a comunidade muçulmana ismaili é conhecida "pelos seus princípios de humanidade, paz e entreajuda" e que, por isso, "está em choque por causa destes trágicos acontecimentos".

"Infelizmente este ataque provocou a morte a duas pessoas da nossa comunidade, que muito estimávamos e que davam apoio a muitas das nossas atividades", recordou.

Duas mulheres foram hoje mortas no Centro Ismaili, em Lisboa, num ataque com uma arma branca por um homem que foi detido e que está hospitalizado após sido baleado pela polícia.

De acordo com a PSP, o ataque foi comunicado à polícia às 10:57, tendo os primeiros agentes que responderam à ocorrência chegado ao local um minuto depois.

"Os polícias depararam-se com um homem armado com uma faca de grandes dimensões. Foram dadas ordens ao atacante para que cessasse o ataque, ao que o mesmo desobedeceu, avançando na direção dos polícias, com a faca na mão", revelou.

Face a esta "ameaça grave", os agentes dispararam contra o atacante, "atingindo e neutralizando o agressor".

Além das duas vítimas mortais, há ainda a registar mais um ferido ligeiro, que foi assistido no Hospital de Santa Maria.

A motivação do ataque é ainda desconhecida, no entanto, fonte policial disse à agência Lusa que "a investigação aponta para um ato isolado", acrescentando que o autor da agressão tem "problemas mentais".

A Comunidade Muçulmana Ismaili em Portugal é constituída por cerca de 8.000 pessoas, que seguem os preceitos de um dos ramos xiitas do Islão. O Islão é uma das principais religiões monoteístas, cujos fiéis constituem um quarto da população mundial.

Em Portugal, a criminalidade geral aumentou 14,1% e a violenta e grave subiu 14,4% no ano passado em relação a 2021, mas, em comparação com 2019, mantém-se a tendência descendente dos crimes graves e violentos, foi anunciado na segunda-feira durante a análise ao Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) de 2022.