Governo britânico eleva alerta de risco de terrorismo na Irlanda do Norte
O Governo britânico elevou hoje para "grave" o nível de alerta de ataque terrorista na Irlanda do Norte, aconselhado pelos serviços de segurança interna.
Numa comunicação ao Parlamento, o ministro para a Irlanda do Norte, Chris Heaton-Harris, afirmou que a população "deve permanecer vigilante, mas não alarmada, e continuar a comunicar quaisquer preocupações que tenha".
O nível de alerta passou de "substancial", quando um ataque é considerado "provável", para "grave", quando um ataque é "altamente provável" por indicação do MI5 após um processo de avaliação rigoroso e independente, vincou.
Na origem da decisão está um "aumento dos níveis de atividade" de terrorismo relacionado com a Irlanda do Norte, disse, numa referência à tentativa de homicídio de um polícia em 22 de fevereiro em Omagh, cerca de 100 quilómetros a oeste da capital, Belfast.
O detetive inspetor-chefe John Caldwell ficou em estado crítico após ter sido vítima de vários disparos com uma arma de fogo quando se encontrava fora de serviço.
O ataque ocorreu após um treino de futebol de crianças, em frente ao próprio filho do agente, o que foi condenado pelas autoridades e por representantes das comunidades católica e protestante.
Várias pessoas foram detidas para interrogatório, mas nenhuma foi acusada.
Uma declaração, alegadamente do grupo dissidente conhecido como "Novo IRA", apareceu num muro em Londonderry poucos dias depois, reivindicando responsabilidade.
"Ao longo dos últimos 25 anos, a Irlanda do Norte transformou-se numa sociedade pacífica", disse hoje o ministro, mas "um pequeno número de pessoas continua determinado a causar problemas às nossas comunidades através de actos de violência politicamente motivados".
Grupos paramilitares na Irlanda do Norte depuseram as armas após o acordo de paz de 1998, que pôs fim a três décadas de um conflito violento sectário republicanos irlandeses, unionistas britânicos e as forças de segurança do Reino Unido.
Porém, pequenos grupos dissidentes do Exército Republicano Irlandês (IRA na sigla inglesa) continuaram a lançar ataques esporádicos às forças de segurança.
O último ataque fatal foi o homicídio em abril de 2011 do agente de polícia Ronan Kerr, que morreu quando uma bomba armadilhada explodiu debaixo do carro, também em Omagh.
A Irlanda do Norte encontra-se sem governo nem assembleia regionais desde 2022 devido ao boicote do Partido Democrata Unionista (DUP) em protesto contra as barreiras comerciais entre a província e o resto do Reino Unido criadas pelo acordo do 'Brexit'.