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Venezuela exige erradicação de medidas coercivas

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O ministro dos negócios estrangeiros da República Bolivariana da Venezuela, Yvan Gil pediu uma acção mais forte para cessar e erradicar a prática "neocolonial" de aplicar medidas coercitivas unilaterais contra a Venezuela. O governante venezuelano falava na XXVIII Cúpula Ibero-Americana de Chefes de Estado e de Governo na qual também participou o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

“Devem agir com mais força para a cessação e erradicação da prática neocolonial de aplicação de medidas coercitivas criminais unilaterais, inclusive pessoais, como as impostas pelos Estados Unidos da América do Norte ou pela União Européia a três dos países soberanos que somos membros da conferência ibero-americana (Cuba, Nicarágua e Venezuela)”, exemplificou o governante venezuelano.

Yvan Gil considera que as medidas coercitivas unilaterais "prejudicam a todos nós e violam sistematicamente os direitos humanos, impedem o comércio justo, impedem o restabelecimento das relações económicas para a prosperidade dos nossos povos e impedem o desenvolvimento”, declarou.

O representante da política externa venezuelana descreveu que a Venezuela foi submetida desde 2015 a “929 medidas coercitivas unilaterais, mais de 7 biliões de dólares foram sequestrados em contas europeias e americanas e o país foi vítima de roubo de empresas como Citgo, subsidiária da Petróleos de Venezuela (PDVSA), nos Estados Unidos”.

São "empresas e dinheiro do povo venezuelano, para saúde, moradia, educação e desenvolvimento", enfatizou o diplomata, que também indicou que essas medidas tiveram impacto até porque "nosso país não pode participar da cooperação mútua desta conferência através dos diferentes programas, iniciativas e projectos ibero-americanos nos quais a Venezuela foi pioneira anos atrás”.

O governante justificou ainda que, por isso, hoje o governo e o povo venezuelano veem com grande satisfação que esta conferência tomou conhecimento dessa situação, reflectida nos diferentes parágrafos aprovados no documento desta cúpula. “Isso é trabalhar por uma Ibero-América justa e sustentável”, aplaudiu.

Yvan Gil recordou, por fim, que estes espaços como a Cimeira Ibero-Americana permitem difundir a verdade, "aquela verdade que muitos meios de comunicação, grandes empresas de comunicação não contam ao mundo", porque a realidade é que "a Venezuela tem sido perseguida e apesar disso sempre se manteve digna de mitigar e combater ataques sistemáticos em todos os níveis e formas”, concluiu.