Mundo

Grande júri do processo de acusação contra Trump retoma sessões

None

O grande júri encarregado de estudar as acusações contra o ex-presidente Donald Trump relacionadas com a investigação do procurador distrital de Manhattan sobre um alegado pagamento em 2016 à atriz pornográfica Stormy Daniels retomou hoje as suas sessões.

Contudo, os 23 membros do grande júri encarregados de estudar as acusações no Tribunal Penal de Manhattan ainda não sabem quando irão votar a decisão sobre a acusação ou não do ex-presidente norte-americano.

O grande júri tem vindo a reunir-se nas últimas semanas às segundas, quartas e quintas-feiras, e tem vindo a considerar as provas apresentadas pela acusação desde meados de janeiro sobre o ex-presidente e atual candidato às primárias presidenciais republicanas de 2024 pelo seu alegado envolvimento no pagamento a Stormy Daniels.

No entanto, o grande júri não reuniu nem na quarta nem na quinta-feira da semana passada, sendo a última vez que estudaram o caso foi na segunda-feira, dia 20 de março, quando ouviram o testemunho de Robert Costello, um antigo conselheiro jurídico do advogado pessoal de Donald Trump, Michael Cohen.

Segundo o The New York Times, o grande júri ainda poderia ouvir o testemunho de pelo menos mais uma testemunha antes de ser chamado a votar.

O caso do pagamento a Stormy Daniels dura há quase cinco anos e centra-se num pagamento de 130.000 dólares (119.000 euros) que lhe fez - alegadamente em troca do seu silêncio sobre uma relação sexual de 2006 - durante a campanha eleitoral que acabou por o trazer para a Casa Branca em 2017.

Michael Cohen admitiu ter pago esta quantia a Daniels, cujo verdadeiro nome é Stephanie Clifford, pouco antes do dia da votação.

Donald Trump, que nega ter tido relações sexuais com Daniels, reembolsou então Cohen pelo pagamento, que a Organização Trump diz ter sido para honorários legais.

A Efe refere que é por isso que os procuradores federais chamaram ao pagamento uma despesa de campanha ilegal relacionada com as eleições que lhe valeram a presidência.

Este grande júri tem de considerar se existe ou não motivo razoável para manter um arguido criminal para o julgamento do ex-presidente, e se Trump for indiciado, tornar-se-á o primeiro ex-presidente dos EUA a enfrentar uma acusação criminal.

Até agora, os funcionários têm permanecido em silêncio sobre qualquer notícia sobre o grande júri do Tribunal Penal de Manhattan, cujos procedimentos são conduzidos fora do alcance público.

Nos Estados Unidos o grande júri é utilizado para questões particularmente controversas e a sua missão é determinar se existem provas suficientes para investigar um possível crime.