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O presidente da região

É recorrente o recurso a uma solução nacional para tentar resolver, não resolvendo, a substituição da figura de Representante da República, que já foi Ministro antes. Como se fosse obrigatório mantê-la, com designações várias apesar das mesmas vestes, para cuidar da autonomia e dos perigosos separatistas que ficarão a seu cargo e sob vigilância. Numa visão colonial completamente ultrapassada.

Continuando assim só pode acabar errado. E de cargo em cargo vai a coisa se mantendo, mais ou menos, sempre igual.

Nesta revisão constitucional “faz de conta” em curso, os partidos, quanto a esta matéria, candidataram-se a disputar quem apresentava a solução mais pateta. O meu até inventou um “mandatário” do Presidente da República para o efeito.

Se é para manter tudo igual e a solução continuar a ser nacional, melhor o Presidente da República do que qualquer outra sugestão. Mas a verdade é que já é tempo de mudar de página e de chip, dispensando desconfianças sem cabimento, e assumindo que a solução deve ser local. Faz todo o sentido e chegou o momento de adotarmos, sem receio, essa responsabilidade.

Defendo a existência, desde há muito, de um Presidente da Região, que exerça cumulativamente as funções de Presidente do Governo, representando o Estado e a Região, sendo a nossa primeira figura protocolar. Para tratar dos assuntos correntes do Estado poderia existir um delegado do governo sem qualquer procedência protocolar sobre qualquer figura institucional da Região.

Se sem rodeios caminharmos neste sentido atingiremos uma autonomia finalmente adulta e emancipada. E o Estado deixará de ser desconfiado para ser confiante. Nessa altura a democracia atingirá a plena maturidade.