Cimeira da Liga Árabe a 19 de maio na Arábia Saudita com enfoque na Síria

Cairo, 26 mar 2023 (Lusa) - A próxima cimeira anual da Liga Árabe decorrerá a 19 de maio, na Arábia Saudita, com enfoque na Síria e na sua reaproximação aos países árabes depois dos devastadores terramotos do mês passado, informaram hoje fontes oficiais.

O secretário-geral adjunto que supervisiona os assuntos do Conselho da Liga Árabe, Hosam Zaki, afirmou que a 32.ª edição da cimeira está prevista decorrer a 19 de maio, na Arábia Saudita, mas sem revelar em que cidade, após consultas feitas pelo secretário-geral do órgão pan-árabe, Ahmed Aboul Gheit ao governo saudita, segundo um comunicado da organização.

Zaki acrescentou que a cimeira será precedida de várias reuniões preparatórias de alto funcionários e ministros, sem revelar mais detalhes sobre os temas em agenda.

A próxima cimeira terá entre os temas principais a possível readmissão da Síria ao organismo, de onde foi expulsa em 2011 pelo seu papel repressivo nas revoltas ocorridas em março desse ano contra o presidente sírio, Bachar al-Assad.

Na quinta-feira, a Arábia Saudita afirmou estar a dialogar com Damasco a retoma dos serviços consulares e, caso consigam chegar a um acordo, este seria o passo mais importante dos passos dados por vários países árabes para uma possível reconciliação com o governo de al-Assad.

Nas últimas seis semanas, o presidente sírio visitou o Omã, os Emirados Árabes Unidos e a Rússia, fazendo mais viagens oficiais que em todo o ano anterior, para além de receber delegações e ajuda humanitária de uma série de países regionais com quem, durante anos, apenas manteve contactos.

Pouco depois dos sismos, Riade reconheceu a necessidade de uma mudança na abordagem em relação à Síria, uma visão partilhada pelo mundo árabe em geral, embora, mais tarde, tenha afirmado ser muito cedo para considerar o regresso de Damasco à Liga Árabe.

O diálogo entre sauditas e sírios acontece apenas duas semanas depois de Riade e Teerão terem anunciado um acordo para restabelecer os laços diplomáticos, colocando fim a sete anos de ausência de relações, situação também vista como um obstáculo para uma reaproximação com al-Assad, um importante aliado do Irão.