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Sociedade de Autores diz que "é tempo de alimentar quem faz do teatro a sua história"

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A mensagem da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) para o Dia Mundial do Teatro 2023 considera que "é tempo de alimentar quem teimosamente se entrega" a fazer do teatro "a sua história de vida e a sua luta".

"Aplaudir o teatro é necessário e libertador", escreve a designer de produção Catarina Amaro, autora da mensagem da SPA para o Dia Mundial do Teatro, que se assinala na segunda-feira.

Numa alusão aos confinamentos devido à pandemia de covid-19, Catarina Amaro lembra que "vivemos com palcos vazios, com corpos sem palavras, com o talento aprisionado, privados do agora", por isso "é altura de reencontros" e "cabe a todos" participar no novo capítulo desta história.

Lugar de "memórias e vivência", o teatro é "palco onde cabem todas as histórias", que "traduzem e espelham a nossa realidade, a nossa condição humana, o que realmente somos", sublinha a cenógrafa, acrescentando que o teatro serve também como "expressão de consciência" com que alimentamos "memórias coletivas que enriquecem o nosso património cultural".

Enquanto lugar de partilha, a "arte do teatro confronta, agita, ilumina e faz-nos sentir mais vivos" na sua capacidade de "aglutinar todas as artes" e de se renovar "numa constante inquietação e invenção de todos os dias, naqueles que não desistem".

Para a Catarina Amaro é, pois, tempo de "aplaudir quem generosamente se entrega e através de palavras, gestos, lágrimas ou desejos se expõe" e faz do palco "espaço de pensamento, beleza e liberdade, através dos conflitos de mil e uma vidas, de infinitas personagens".

O teatro é onde "tudo acontece num agora único e efémero", observa. Por isso, "façamos do teatro a nossa casa [...], do palco a casa de partilhas, de comunhão de corpos, de confrontos de linguagens que nos obriguem a refletir e a pensar", conclui Catarina Amaro.

Catarina Amaro concluiu o curso de Cenografia e Realização Plástica do Espectáculo da Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa em 1987, ano em que se estreou como cenógrafa e figurinista no espectáculo "O Circo dos Desenganos", sobre duas peças de Miguel Rovisco.

O seu trabalho passa por estruturas como o Teatro da Malaposta, o Teatro do Noroeste e o Teatro Nacional D. Maria II.

Está também presente em televisão e cinema, em produções como "Inspetor Max", "Donos Disto Tudo", "Bem-vindos a Beirais" e "O Crime do Padre Amaro".

Iniciativa do Instituto Internacional do Teatro, organismo afeto à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e Cultura (UNESCO), o Dia Mundial do Teatro assinala-se a 27 de março, desde 1961.