Curdistão iraquiano vai a votos em 18 de Novembro
A região autónoma iraquiana do Curdistão anunciou hoje que se realizarão eleições para o parlamento regional em 18 de novembro, após um adiamento de um ano da votação devido a tensões entre os dois principais partidos curdos.
As eleições para a renovação dos 111 lugares no parlamento deveriam ter sido realizadas no outono de 2022, mas as disputas entre o Partido Democrático do Curdistão (KDP, na sigla em inglês) e a União Patriótica do Curdistão (PUK, na sigla em inglês) levaram a Assembleia a prolongar o seu mandato por um ano.
Os dois partidos disputam a divisão dos círculos eleitorais.
Hoje, Dilshab Chihab, porta-voz da presidência do Curdistão iraquiano, anunciou numa conferência de imprensa que "a data de 18 de novembro foi fixada para a realização de eleições" para o parlamento regional, acrescentando que "nenhum partido se opôs à data".
A política regional do Curdistão iraquiano, que goza de um grande grau de autonomia, é dominada pelas duas formações: o KDP domina em Erbil, a capital regional, e os seus membros dirigem a presidência regional e o governo regional curdo.
Desde a queda de Saddam Hussein em 2003, todos os presidentes iraquianos provêm do PUK.
A atual composição do parlamento reflete o domínio do PDK, que dispõe de 45 lugares, enquanto o UPK tem 21.
A Assembleia desempenha um papel importante ao validar o governo e o primeiro-ministro e vota as leis regionais em vigor no território que tem as suas próprias forças armadas, os peshmergas.
O Curdistão iraquiano apresenta-se como um oásis de estabilidade, mas os ativistas e a oposição denunciam, entre outros problemas, a corrupção omnipresente e as detenções arbitrárias.
Além disso, a vida política é dificultada por disputas entre o KDP, dominado pela família Barzani, e o PUK, dominado pelos Talabanis, especialmente sobre a atribuição de recursos orçamentais.
A nível nacional, o Curdistão iraquiano e o governo de Bagdad lutam pela parte do orçamento federal atribuída a Erbil, bem como pela gestão das exportações petrolíferas, das quais o Curdistão é rico.
A região não é imune a convulsões geopolíticas, com a vizinha Turquia a lançar regularmente ataques militares contra os combatentes curdos turcos do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) no Curdistão iraquiano, que Ancara e os seus aliados classificam como "terroristas".