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Tertúlia Literária leva Filipe Bacelo à 'Gonçalves Zarco'

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O escritor Filipe Bacelo foi o convidado da Escola Básica e Secundária Gonçalves Zarco para a Tertúlia Literária que decorreu na tarde da passada sexta-feira, 24 de Março, e que contou com a presença de alunos do ensino secundário e da Universidade Sénior Gonçalves Zarco (USGZ), assim como vários docentes, que lotaram a sala de sessões do referido estabelecimento de ensino.

A iniciativa intitulada 'Amar é a Imperfeição mais Perfeita da Vida' foi organizada pela USGZ e pelas docentes Carla Costa e Maria do Céu Barcelos e conseguiu 'prender' todos os presentes durante cerca de 90 minutos, que escutaram atentamente o testemunho de vida do jovem escritor natural de Ermesinde.

Dono de uma inteligência intra e interpessoal extraordinária, o 'Lobo Solitário', conforme é também carinhosamente conhecido Filipe Bacelo, foi ao 'fundo' das suas memórias e recordou o seu percurso de vida, nem sempre fácil, conforme reconheceu, mas que lhe permitiu recuperar os 13 anos em que andou perdido devido à 'relação' que estabeleceu com o álcool, perdoar-se e ser perdoado por todos quantos o rodeavam, sobretudo a sua família e amigos mais próximos.

Filipe Bacelo contagiou desde início a plateia com o 'filme' da sua vida, motivando questões por parte dos discentes e docentes presentes, às quais respondeu com muita clareza e extrema humildade.

Caracterizando-se como um sonhador que rega cada sonho com amor, numa busca constante pelo sentido da vida, Filipe Bacelo falou dos seus cinco livros, explicando aos presentes que foi através da escrita que se (re)ergueu.

Referiu que o seu último livro 'A Morte Não Tem Dor', com o selo da Edições Trebaruna e que é, até o momento, o de maior sucesso, marcou o regresso do escritor enquanto artista de sensações e emoções, escrutinando a humildade que há em todos nós, numa obra que submerge nas dores e na conquista da vida.

Relativamente à autodestruição que o afastou do mundo durante 13 anos, foi contundente ao aconselhar os jovens alunos presentes na sala de sessões do estabelecimento de ensino a não seguirem o caminho do álcool, simplesmente porque não vale a pena. Mais: foi muito claro ao explicar que quando se entra nesse mundo nunca imaginamos que ficaremos “agarrados” ao vício, e continuou dizendo que “depois de bater no fundo é muito difícil de lá sair”.

Outra das mensagens deixadas pelo escritor natural de Ermesinde foi a de que nunca nos devemos esquecer de “amar sem limites”, primeiro “a nós próprios”, mas também “aos outros”, mas principalmente de aprendermos a “perdoar-nos” e a “perdoar os outros”, para que o próprio processo de “cura” aconteça naturalmente. 

Após hora e meia de atenção plena por parte de miúdos e graúdos, houve lugar a um período de perguntas por parte da plateia, algumas das quais embaraçosas, mas às quais o escritor respondeu sempre com simplicidade e muita, muita humildade.

A iniciativa organizada pela Universidade Sénior Gonçalves Zarco e pelas professoras Carla Costa e Maria do Céu Barcelos iniciou-se com (mais) uma excelente atuação do “Clube de Música” do estabelecimento de ensino, coordenado pelos professores João Paulo Silva e Filipe Sousa, que entre vários temas entoaram o “Hino da Escola” e o “Bailinho da Madeira”, e terminou com um convívio, aproveitado pelos presentes para conversarem e até mesmo se aconselharem com o escritor, sempre solicito e pronto a responder a todas as questões que lhe iam sendo colocadas.