Marcelo elogia energia de Costa e explica por que falou em cansaço do Governo
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, elogiou no sábado a energia do primeiro-ministro, António Costa, e justificou por que falou em cansaço do Governo, considerando que partilha algum desse "desgaste inevitável".
O chefe de Estado falava com António Costa ao seu lado, numa conferência de imprensa conjunta quando estavam prestes a terminar os trabalhos da 28.ª Cimeira Ibero-Americana, em Santo Domingo, na República Dominicana, em que participaram juntos.
Questionado sobre se vê António Costa cansado, a propósito da sua análise de que a atual governação do PS começou já com uma "maioria cansada", Marcelo Rebelo de Sousa respondeu: "O senhor primeiro-ministro tem uma energia que está à prova, como veem. Portanto, pessoalmente não dá nenhum sinal de estar cansado".
"O que eu disse, eu estava a enumerar as razões pelas quais foi um ano muito complicado", explicou, referindo que "preocupações de política externa" no seu entender adiaram "respostas a temas de política interna".
Segundo o Presidente da República, "é evidente que a liderança e peças fundamentais do Governo tinham suportado situações, que aliás hoje aqui foram referidas como patológicas, como foi a pandemia e como foi o período que antecedeu a guerra e, quer num caso quer noutro, com crises económica e financeira e repercussões sociais que foram evidentes".
Além disso, apontou, no plano interno, "o fim do processo de défice excessivo" e "o saneamento e consolidação do sistema bancário".
Em resultado destes fatores, o terceiro Governo chefiado por António Costa, que assumiu funções há um ano, não se compara a "uma maioria fresca no sentido de acabada de eleger", sem "ter enfrentado antes não sei quantos problemas com o custo, o cansaço no sentido do desgaste inevitável que isso tem", sustentou.
"Mas que tem no Governo e tem no Presidente. O Presidente também, à sua maneira, não sendo executivo não se desgasta da mesma maneira", acrescentou.