As Levadas foram "a primeira grande obra de engenharia da Madeira"
Susana Prada na cerimónia do Dia Regional do Engenheiro
"A condição insular sempre foi um desafio maior, em diferentes domínios, mais difícil e mais complexo, mas também sempre foi sinonimo de oportunidade, de empreendedorismo e de inovação", começou por registar Susana Prada, secretária regional do Ambiente, Recursos Naturais e Alterações Climáticas, na cerimónia do Dia Regional do Engenheiro.
Em representação do presidente do Governo Regional, destacou a construção das Levadas, "a primeira grande obra de engenharia da Madeira, que nunca perdeu actualidade e é hoje candidata a Património Mundial Cultural da UNESCO", para realçar que a estratégia política de desenvolvimento económico e social das últimas décadas "desafiou a Engenharia nas suas múltiplas especialidades
e a Engenharia fez da Região um modelo a seguir", afirmou.
Com o contributo das engenharias, além das estradas e das pontes que interligam quase todos os recantos da ilhas, a água, a luz, e as telecomunicações chegaram praticamente a todas as casas.
Investimentos que contribuíram para modificar as vidas de milhares de pessoas proporcionando "bem-estar, qualidade de vida, crescimento, desenvolvimento económico", sustentou.
Engenharias "que acompanharam a estratégia política regional dos últimos 40 anos, e construíram a Madeira de hoje", reforçou.
Susana Prada lembrou que a Ordem dos Engenheiros assinala o ano de 2023 como 'Ano de Energia e Clima' "Indubitavelmente temas prioritários, nas agendas de todo o mundo, a transição energética e as alterações climáticas", sublinhou.
Para a governante a condição insular torna o desafio maior, mais difícil e mais complexo.
Assume por isso que "quem representa a população, tem o dever de definir estratégias, de criar estruturas, e de assegurar as condições devidas, para o combate às alterações climáticas, e para o aumento da resiliência, do território e das populações".
Conclui que neste capítulo "temos sabido fazer o nosso caminho", afirmou.
Reforçou que "muitos dos ganhos ambientais, resultam de processos tecnológicos e processos mais eficientes, desenvolvidos pela Engenharia". Prova disso, apontou, entre outras, a Central Dessalinizadora do Porto Santo, única origem de água potável para abastecimento público, desde o final da década de 70.
Na área ambiental destacou a importância da engenharia florestal.
"A Floresta Laurissilva da Madeira foi classificada como Património Mundial Natural da UNESCO em 1999. A elaboração dos instrumentos de gestão florestal, a criação da faixa corta-fogo e da rede hídrica são exemplos de sucesso na região, que se traduzem na diminuição contínua de fogos florestais e área ardida, e na proteção de pessoas e bens".
E porque o Mundo enfrenta desafios muito complexos, tecnológicos, económicos e sociais, lembrou que a urgência climática exige padrões de produção e consumo mais sustentáveis, e o incentivo às boas práticas ambientais nas organizações.
A concluir, reforçou que a Agenda Regional para "a Economia Circular é um instrumento de planeamento, que reforça e impulsiona a transição para uma economia regional que conserva, repara e reutiliza, em vez de esgotar e descartar".
E porque "o Mundo exige inovação e empreendedorismo", concretizou que "o Dia dos Engenheiros Madeirenses é mais do que devido!".