Rússia diz que 56 crianças ucranianas aguardam regresso às famílias
A comissária presidencial para os direitos das crianças da Federação da Rússia assegurou que 56 crianças ucranianas internadas em centros para menores na Crimeia e Krasnodar estão preparados para regressar às suas famílias na Ucrânia.
"As crianças estiveram em acampamentos de saúde e no território de Krasnodar desde outubro. Com o consentimento dos seus pais, cidadãos da Ucrânia, foram enviados temporariamente com escoltas para longe dos combates para descansar e recuperar forças", disse Maria Alekseievna Lvova-Belova no seu canal oficial da rede social Telegram.
De acordo com a funcionária russa, não foi possível garantir de imediato o regresso de menores para junto das famílias "porque a linha da frente alterou-se significativamente" ao longo do conflito, e os pais dessas crianças mudaram-se para outras regiões nos últimos meses.
No entanto, Lvova-Belova confirmou que, nas últimas semanas, um total de 33 crianças provenientes das regiões de Kherson, Zaporijia e Kharkiv e que se encontravam nestes centros para menores foram enviadas às suas famílias.
Este anúncio ocorre apenas uma semana após o Tribunal penal internacional (TPI) ter anunciado mandados de detenção contra o Presidente russo Vladimir Putin e Lvova-Belova, por alegados crimes de guerra relacionados com a deportação forçada de milhares de crianças ucranianas.
Na quinta-feira, a presidente da Comissão Europeia anunciou uma iniciativa conjunta com o primeiro-ministro da Polónia e com o apoio das Nações Unidas, para resgatar crianças deportadas para territórios da Ucrânia controlados pelas forças russas ou para a Rússia.
"O primeiro-ministro [Mateusz] Morawiecki e eu vamos lançar uma iniciativa para resgatar estas crianças raptadas pela Rússia. Para isso, vamos organizar uma conferência -- é ainda o início, vai ser um trabalho difícil --, para pressionar" a Federação Russa, disse Ursula von der Leyen, em conferência de imprensa no final da reunião do Conselho Europeu, em Bruxelas (Bélgica).
Von der Leyen não especificou quando é que a conferência vai realizar-se.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia -- foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
As informações sobre a guerra na Ucrânia divulgadas pelas duas partes não podem ser frequentemente confirmadas de imediato de forma independente.