Madeira

IL diz que quem vive na RAM "sente na pele os efeitos daquilo que Sérgio Marques elencou"

Iniciativa Liberal aborda Comissão de Inquérito ao ex-deputado do PSD, considerando que não houve "clarificação dos assuntos-chave"

None
Foto IL

A Iniciativa Liberal (IL) Madeira considera que se presenciou, na passada segunda-feira, a "um acto inédito na Madeira", quando "um ex-deputado (regional, nacional e europeu) e ex-secretário, pelo PSD-M, foi requisitado - depois de inviabilizado pela maioria PSD-CDS - a ir ao parlamento regional depor, no âmbito da Comissão de Inquérito (CI), depois de ter feito considerações graves acerca da influência do poder económico no poder político regional".

Em comunicado enviado pela Comissão Coordenadora da IL, o partido lembra que Sérgio Marques "reiterou tudo o que disse ao DN no início do ano", recordando algumas das alegações feitas:

"1. O monopólio do porto do Funchal por um dos agentes económicos, há mais de 30 anos; 2. O quase-monopólio das obras públicas por outro dos agentes económicos; 3. Os dois principais diários amordaçados pelos empresários referidos em 1 e 2; 4. A perpetuação da política do cimento por forma a agradar um grupo económico; 5. O incumprimento da promessa eleitoral que previa um ferry que estabelecia uma ligação entre a RAM e o Continente por não convir ao grupo económico citado em 1."

A IL considera que "grosso modo, estes foram os pontos essenciais visados na CI" e que "as interpelações feitas pelos partidos com assento parlamentar, cujas intervenções foram na sua maioria confrangedoras - por falta de respaldo (PSD), por falta de vergonha na cara (CDS), por falta de preparação (PS) - não trouxeram a clarificação dos assuntos-chave em epígrafe". 

"As declarações e o tratamento que já lhes foi dado, posteriormente, vieram demonstrar à saciedade a asfixia democrática em que nos encontramos. Quem vive na RAM sente na pele os efeitos de tudo aquilo que Sérgio Marques elencou. Não será o melhor dos mensageiros: conviveu bem com o jardinismo e com os ditos “renovadores” durante 40 anos da sua vida pública, mas isso não obsta que o conjunto de críticas que aduziu, sejam eles factos ou opiniões, devam ser menorizadas. Pelo contrário", conclui o comunicado.