PSD e CDS recusam audição de Jardim sobre “obras inventadas”
A maioria PSD/CDS recusou, esta manhã, um requerimento do PCP para a audição de Alberto João Jardim na comissão parlamentar de inquérito sobre as "obras inventadas" e o favorecimento de grupos económicos.
O deputado Ricardo Lume (PCP) declarou que "era importante" neste momento inquirir quem teve responsabilidades governativas na Região antes de 2015. "Falou-se nas obras inventadas no regime jardinista. Foi referido que Alberto João Jardim teve papel importante na remodelação do governo de 2017. Era importante ouvir o ex-governante nesta comissão e o próprio demonstrou disponibilidade para isso", argumentou o parlamentar comunista. Contudo, a maioria PSD/CDS recusou tanto este pedido de audição como um requerimento do PS para a audição de outras 10 personalidades.
Nesta comissão de inquérito estão em causa acusações de Sérgio Marques, em declarações ao Diário de Notícias, publicadas em 15 de janeiro, de "obras inventadas a partir de 2000", quando Alberto João Jardim (PSD) era presidente do executivo madeirense, e grupos económicos que cresceram com o "dedo do Jardim". O ex-secretário regional do Assuntos Europeus e Parlamentares, entre 2015 e 2017, afirmou ainda que foi afastado do cargo por influência de um grande grupo económico da região.
Os empresários Luís Miguel Sousa (Grupo Sousa) e Avelino Farinha (Grupo AFA) e o ex-deputado Sérgio Marques já foram ouvidos pela comissão. Por sua vez, o presidente do Governo, respondeu por escrito às questões formuladas pelos deputados. Miguel Albuquerque rejeitou que os citados empresários tenham exercido qualquer pressão sobre o executivo e considera que os principais grupos económicos da região cresceram pelo seu "trabalho árduo".