PAN pede estratégia regional para a poupança de água
Começando por relembrar que "Sem água não existe Vida", o partido Pessoas, Animais, Natureza (PAN) na Madeira emite um comunicado no dia seguinte ao Dia Mundial da Água para lançar uma série de propostas, no sentido de levar a que, na Região, haja uma maior consciencialização e acção para a poupança desse bem precioso.
Segue a nota de imprensa da Comissão técnica do PAN Madeira:
"Mais um dia comemorativo se passou e depois de recolher as canas e se calar a fanfarra, o problema persiste..
Entretanto por estes dias na Conferência da ONU sobre Água, que se está a realizar em Nova Iorque (EUA) foi divulgado um relatório, que nos diz que 26% da população mundial não tem acesso a água potável e 46% não tem acesso a saneamento básico.
A água cobre 70% do nosso planeta, e para tantos é fácil pensar que ela sempre será abundante. No entanto, a água doce - aquela que bebemos, tomamos banho e irrigamos nossos campos agrícolas - é rara. Apenas 3% da água do mundo é água doce, e destes 75% estão armazenados nos glaciares ou indisponíveis para nosso uso.
Hoje, dia 22 de março de 2023 - Dia Mundial da Água:
- 26% da população mundial ou não têm acesso à água potável ou tem escassez de água pelo menos um mês por ano.
- 46% das casas a nível mundial ou não têm acesso a saneamento básico ou o mesmo é inadequado – o que faz com que estas pessoas estejam mais expostas a doenças, como cólera e febre tifoide, e outras doenças transmitidas pela água.
- Dois milhões de pessoas, a maioria crianças, morrem todos os anos apenas de doenças diarreicas.
Na generalidade dos países do mundo os sistemas hídricos que mantêm os ecossistemas prósperos e alimentam uma população humana crescente estão em crescente stress hídrico. Rios, ribeiras, lagos e aquíferos estão a secar ou a ficar muito poluídos para que a sua água seja utilizada.
Mais da metade das zonas húmidas do mundo desapareceram. A agricultura e a pecuária consomem mais água do que qualquer outra fonte e desperdiçam grande parte por uso ineficiente.
As alterações climáticas estão a alterar os padrões do clima e da água em todo o mundo, causando escassez e secas em algumas áreas e inundações em outras.
No atual ritmo de consumo, essa situação só vai piorar. Até 2025, dois terços da população mundial poderão enfrentar escassez de água. E os ecossistemas ao redor do mundo sofrerão ainda mais.
Em Portugal uma parte significativa do território continental enfrenta ano após ano as consequências da seca.
Na Madeira, ainda que a situação não seja tão grave também podemos considerar que estamos em situação de seca. Não temos preservado a água que bebemos, seja por problemas na rede, pela poluição dos cursos de água e dos aquíferos, pela impermeabilização dos solos, pela destruição do coberto vegetal, temos de muitos modos condicionado o nosso futuro e o das próximas gerações.
O PAN considera que o grande problema da água na região continua a ser o desperdício, assente numa premissa que não é real – a existência de abundância de água
O PAN considera que é fundamental:
1. Acabar com o Desperdício da água
E a ideia dessa abundância hoje já não é real havendo inclusive certas alturas do ano em que existem problemas de abastecimento.
Considera o PAN que a melhor maneira de evitar este desperdício é através da Educação ambiental e de melhorais na rede.
A Educação Ambiental vai incentivar o uso adequado e a poupança.
A falta de investimento nas melhorias nas redes de distribuição:
- quer da origem para as estações de tratamento);
- quer nas redes de distribuição municipais.
2. Acabar com a Poluição da água
Para além do dramático e incompreensível desperdício de água, também a sua poluição é aos dias de hoje incompreensível. E se na Madeira temos a felicidade dos principais aquíferos serem nas serras - em altitude, já ao longo das ribeiras e dos cursos de água os focos de poluição multiplicam-se – seja com as descargas de esgotos, com o depósito de amianto e outros inertes ou mesmo resíduos de combustíveis como os que foram encontrados na foz da ribeira dos Socorridos, sem esquecer que mesmo as águas residuais a maior parte ainda vai para o mar apenas com um tratamento preliminar – o que tem tido ano após ano consequências na qualidade das águas balneares.
3. Preservar e aumentar a Floresta Laurissilva
A Madeira tem de se preparar para o grande desafio que são as alterações climáticas e as previsões apontam para que no futuro as reduções de água para consumo possam atingir os 50%.
O PAN considera que uma das soluções que a região devia apostar era recuperar as florestas nas nossas serras, como forma de atenuar, pois “ao contrário do que as pessoas pensam”, essa é a grande fonte da nossa água.
O partido não acompanha nem a decisão de construir lagoas, pois para construir as lagoas retiramos a floresta e quanto menos coberto florestal tivermos, menos água teremos, e muito menos a absurda decisão de construir estradas que para além de impermeabilizar o território ainda vai destruir coberto florestal. A estrada das ginjas é um erro para o presente que se vai perpetuar no futuro, com consequências para todos nós.
Considera o PAN:
- que o governo regional e os diferentes municípios deviam implementar uma estratégia local para preservar os curos de água e os aquíferos;
- que a Secretaria Regional do Ambiente e os diferentes municípios deviam implementar uma campanha regional de poupança de água;
- que a Secretaria Regional de Educação devia juntar todos os programas ambientais e implementar nas escolas o projeto “guardiões da vida”, com o objetivo de promover a sensibilização para a importância de proteger a água enquanto fonte de vida, pois toda a vida no Planeta está ligada à água.
- que o Presidente do Governo devia fazer um esforço e tentar compreender que a Floresta Laurissilva para além de património da Humanidade “também é património dos madeirenses desta e das próximas gerações” e desista duma vez por todas de construir uma estrada inútil nas ginjas;"