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Von der Leyen pede tratamento 'justo' no mundo para empresas da UE

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A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, defendeu hoje que as empresas e a indústria de tecnologias limpas da União Europeia (UE) sejam tratadas "justamente" no resto do mundo.

"Se olharmos para um nível de igualdade global, para nós é muito importante que as nossas empresas e a indústria das tecnologias limpas sejam tratadas de forma justa", afirmou em conferência de imprensa após a cimeira tripartida realizada hoje em Bruxelas, que reuniu os principais instituições da UE com empregadores e sindicatos comunitários.

Nesse encontro, discutiu-se a competitividade da economia dos 27, num contexto marcado pelos 340 mil milhões de euros em subsídios "verdes" aprovados pelos Estados Unidos no âmbito da lei anti-inflacionista para o setor das tecnologias limpas, área em que China e Japão também planeavam investir 260.000 e 140.000 milhões de euros, respetivamente.

A Comissão Europeia apresentou, na semana passada, a "Lei das Indústrias de Emissão Zero", com a qual busca aumentar a produção de tecnologias limpas na União Europeia para cobrir 40% do seu consumo anual com produção própria até 2030.

Von der Leyen mencionou hoje que Bruxelas concordou com os Estados Unidos "em ter um diálogo de transparência", para que se saiba "exatamente quais são os incentivos do lado americano", para que a UE possa "igualar isso".

A presidente reconheceu que há "subsídios ocultos e menos transparentes" da China, e afirmou que, nesse caso, deve garantir-se igualdade de condições também para as empresas dos 27.

"Dentro do mercado único, há também a necessidade de igualdade de condições. Portanto, o auxílio estatal foi moldado para uma aplicação temporária e específica. Basicamente, todos os Estados-Membros podem usar o auxílio estatal, mas é claro que sabemos que para alguns é mais fácil de usar e outros não têm margem de manobra financeira", afirmou.

Von der Leyen confirmou que esta ajuda deve ser acompanhada de um financiamento europeu comum e explicou que existem vários fundos disponíveis: "Há uma grande variedade de possibilidades para os Estados-Membros concederem isenções fiscais à indústria das tecnologias limpas, mas também para incentivar projetos e, mais importante, incentivar projetos transfronteiriços pan-europeus", afirmou.

O presidente da associação patronal europeia BusinessEurope, Fredrik Persson, admitiu que a competitividade "não se constrói com subsídios", mas considerou que na atual conjuntura "os subsídios específicos, como no quadro de crise temporária" da Comissão Europeia, "têm um propósito muito importante."

Já a secretária-geral da Confederação Europeia dos Sindicatos, Esther Lynch, disse que, se as empresas recebem apoios públicos, é preciso garantir que, com esse apoio, oferecem "empregos de qualidade e que os trabalhadores sejam parte integrante" dos investimentos.

"Existem diferenças entre os Estados-membros e temos de assegurar que os diferentes instrumentos que estão a ser implementados garantam que cada região, cada Estado-membro, não fique para trás por não ser capaz de prestar o apoio necessário", considerou.