Maioria decide se Alberto João Jardim será ou não ouvido na Comissão sobre "obras inventadas"
PCP apresentou esta quarta-feira o requerimento para ouvir o antigo presidente do Governo Regional a respeito das declarações proferidas por Sérgio Marques onde o próprio foi visado
Comissão deve votar, amanhã, pedido apresentado pelo deputado comunista que já fez uso do seu direito potestativo.
Ricardo Lume confirmou ao DIÁRIO, no início desta noite, que apresentou esta quarta-feira um requerimento para ouvir Alberto João Jardim na comissão de inquérito sobre ‘o favorecimento dos grupos económicos pelo Governo Regional, pelo presidente do Governo Regional e secretários regionais e “obras inventadas”’, que decorre na Assembleia Legislativa da Madeira, na sequencia das declarações proferidas pelo ex-governante e deputado social-democrata Sérgio Marques.
O comunista coloca nas mãos dos deputados da maioria, PSD e CDS, a decisão de chamar ou não o ex-presidente do Governo Regional, que foi um dos visados nas declarações do antigo governante, já que já esgotou o seu direito potestativo, necessitando o pedido de ser votado na próxima reunião da Comissão de inquérito, que tem lugar amanhã.
Em mais do que uma ocasião, Alberto João Jardim já se mostrou disponível para ser ouvido, caso os parlamentares assim o entendessem.
Ricardo Lume entende que os deputados do PSD e do CDS com assento nesta Comissão não têm razões para não votar favoravelmente, no que diz estar em linha com o que vem sendo proferido pelos próprios. “Ouvimos os deputados do PSD e do CDS afirmarem que primeiro deveríamos esgotar os direitos potestativos e depois, eventualmente, chamar outras pessoas, tendo em conta esta realidade, é fundamental confrontar os antigos governantes, nomeadamente o responsável máximo pela governação antes de 2015, que é o Dr. Alberto João Jardim”, vincou o deputado do PCP, afirmando que não vê “por que razão” o PSD poderá chumbar este requerimento.
O pedido apresentado por Ricardo Lume, deputado único eleito nas listas do PCP, surge depois de terem sido ouvidos os empresários Luís Miguel Sousa e Avelino Farinha, bem como Miguel Albuquerque, que optou por responder por escrito às questões colocadas pelos deputados, e o próprio Sérgio Marques, chamado que foi ao abrigo do direito potestativo do PCP.
“O PCP considera que, neste momento, para apurarmos a verdade, confrontar as pessoas que foram envolvidas nas declarações de Sérgio Marques, é fundamental podermos, também, inquirir nesta Comissão o ex-presidente do Governo Regional”, reforça o deputado.
Ricardo Lume não coloca de parte vir a chamar outros ex-governantes, nomeadamente secretários regionais. “Vamos ver como é que corre esta audição” [a Alberto João Jardim], nota, e só depois decidirá o PCP se vai ou não chamar mais pessoas que possam dar “um contributo decisivo” para apuramento da verdade.