Banco Central Europeu agiu mal ao subir taxas de juro "doa a quem doer"
O primeiro-ministro criticou hoje a subida das taxas de juro por parte do Banco Central Europeu (BCE) e considerou que "é hoje mais importante do que nunca" o país continuar a reduzir a sua dívida.
No debate sobre política geral, no parlamento, António Costa afirmou que, para que a confiança das empresas na economia portuguesa se mantenha, "é absolutamente fundamental garantir a previsibilidade e a continuidade da política orçamental e de redução continuada e sustentada da dívida pública".
"Não tivemos de cortar pensões nem baixar salários, nem aumentar impostos para diminuir a dívida, temo-lo feito ano após ano de modo sustentado, cumprindo os compromissos que assumimos com os nossos parceiros enquanto quiseram ser nossos parceiros, continuando a cumprir os nossos compromissos com os portugueses, que serão sempre os nosso parceiros, e continuando também a cumprir os nossos compromissos internacionais", indicou, em resposta a uma intervenção do deputado socialista Filipe Neto Brandão.
Considerando que "é muito importante que se mantenha" esta trajetória, o primeiro-ministro afirmou mesmo que "é hoje mais importante do que nunca".
"Porque num contexto onde que o Banco Central Europeu, mal, continua a manter uma política de subir as taxas de juro doa a quem doer, é absolutamente fundamental que um país com o nível de endividamento que Portugal tem, continue a reduzir o montante da sua dívida para que sofra o menos possível com o aumento da taxa de juro decidida pelo Banco Central Europeu", defendeu.
"Aquilo que tem provado bem é aquilo a que nós deveremos dar continuidade. Enerve quem enerve, custe o que custar, nós vamos manter esta trajetória porque é esta trajetória que nos dá a liberdade de decidir os apoio que são necessários decidir quando eles são necessários serem decididos", salientou o chefe de Governo, referindo que a "confiança e credibilidade internacional têm sido mantidas e têm sido avaliadas positivamente pelas agências de 'rating'".
Costa apontou igualmente que "a grande notícia na próxima sexta-feira não vai ser o resultado do défice, a grande notícia na sexta-feira vai ser o que é que nós podemos fazer graças à liberdade que a boa gestão de 2022 nos dá para atuar agora no apoio às famílias portuguesas".
Em resposta à bancada do PS, o primeiro-ministro destacou também que "no conjunto de medias de apoio à economia, seja às famílias, seja às empresas, o ano passado, em medidas extraordinárias", foram investidos "6,4 mil milhões de euros".
"Redistribuímos à economia e às famílias quase o triplo daquilo que foi a receita a mais que resultou do aumento da inflação em matéria de IVA", referiu.