'Ai! Se eu fosse Zeus' é a mais recente obra da contadora de histórias Andreia Baptista
A escritora estará na Feira do Livro este domingo, 26 de Março, para apresentar a segunda obra
Desde criança que Andreia Baptista e o irmão ficavam horas sentados a ouvir o pai a contar histórias enquanto trabalhava no artesanato de vimes, assim como a escutar os contos de feiticeiros do avô. Por gostar “tanto do efeito que a palavra tem nas pessoas” fez disto profissão e é actualmente contadora de histórias na Biblioteca Municipal do Funchal. Este domingo, 26 de Março, estará na Feira do Livro para apresentar a sua segunda obra – ‘Ai! Se eu fosse Zeus...’.
Eram mesmo um momento de referência, um momento agradável e, por mais vezes que ele [pai de Andreia] contasse, elas eram cada vez mais bonitas. Também o meu avô materno contava histórias de feiticeiras e nós ficávamos todos embebecidos a ouvir aquelas histórias. E às tantas fazíamos confusão entre a realidade e o que era ficção e até fazíamos caça à bruxa. Andreia Baptista, escritora.
Desde 2003, altura em que era técnica superior de bibliotecas escolares na Escola do 1.º Ciclo da Camacha, uma das funções desta escritora era dinamizar a biblioteca, por isso contava as histórias, por suas palavras, porque sentia que se contasse a olhar nos olhos das crianças, estas conseguiam fazer a "viagem" consigo. "Gosto tanto de contar, gosto tanto do efeito que a palavra tem nas pessoas porquê não experimentar e não usar as minhas próprias palavras, a minha própria imaginação para chegar às pessoas", disse ao DIÁRIO.
Neste segundo livro podemos considerar como sendo uma fábula porque as personagens são animais e, não é preciso ir muito longe na leitura, para perceber que representam pessoas. Nós vemo-nos nestas personagens ou conseguimos identificar pessoas que nos rodeiam ali caracterizadas. Andreia Baptista, escritora.
A autora pretendeu, com esta história, passar uma mensagem que considera importante: “Muitas vezes criticamos, apontamos o dedo, nós estamos sempre lá na hora de dizer mal do que o outro fez, da decisão que o outro tomou, mas será que se estivéssemos no lugar daquela pessoa, sabíamos exactamente o que fazer?”.
Assim, no domingo, às 17 horas, no largo da restauração, Andreia fará a apresentação do livro não deixando de lado aquilo que sabe fazer tão bem: contar histórias. “Vamos contar com a colaboração da Escola Básica Santo Condestável, da Camacha. A história vai estar a ser contada por mim e ao mesmo tempo vemos as crianças a dramatizar o que está a ser contado”.
Vai ser contada a primeira parte da história porque eu não quero que as pessoas conheçam ainda o final. Quero que as pessoas fiquem curiosas para saber o que vai acontecer, portanto a apresentação vai parar no momento ali crucial para deixa-las a pensar 'O que vai acontecer a partir daqui?'. Andreia Baptista, escritora.
Com mais 26 histórias escritas e com dois livros lançados, Andreia Baptista afirma que não ficará por aqui, existindo já projectos futuros. "Já estou a escrever a continuação para o meu primeiro livro, que é a história da Luna. É uma nova aventura da Luna e além desta história tenho mais duas escritas que em princípio vão avançar com a CADMUS, que é a editora da imprensa académica".