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Wall Street fecha em alta na expectativa da decisão da Reserva Federal

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A bolsa nova-iorquina acabou hoje em alta, na véspera da uma decisão monetária da Reserva Federal (Fed), quando os tumultos bancários se acalmaram, deixando lugar a uma recuperação dos títulos dos bancos regionais.

Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average avançou 0,98%, o tecnológico Nasdaq avançou 1,58%, e o alargado S&P500 progrediu 1,30%.

Os investidores pareceram encorajados pelas afirmações da secretária do Tesouro, Janet Yellen, perante a Associação dos Banqueiros Americanos (ABA).

"A situação estabiliza-se. E o sistema bancário norte-americano permanece sólido", disse a ministra da Economia e das Finanças do presidente Joe Biden. "Ações similares" aos créditos avançados rapidamente aos bancos depois da derrocada do Silicon Valley Bank e do Signature Bank "poderiam ser justificados, se as pequenas instituições sofressem uma pressão para a retirada de depósitos, que apresentassem um risco de contágio", indicou.

"As autoridades (dos EUA) estudam os meios de estender temporariamente a cobertura pela FDIC (o regulador bancário) dos depósitos além do limite atual de 250 mil dólares", disse Art Hogan, da B. Riley Wealth Management.

Para Steve Sosnick, principal estratega de investimento da Interactive Brokers, "os problemas bancários passaram para plano secundário": "Talvez seja um pouco cedo para dizer que já saímos dos problemas, mas não ouvimos falar de novos problemas sobre um banco esta semana, o que é uma boa notícia para o mercado".

De resto, o setor bancário, com uma valorização conjunta de 2,47%, liderou a subida do mercado, juntamente com as do setor da energia.

O banco First Republic, que ainda continua a sofrer em Wall Street, apesar das boias de salvação lançadas pelas autoridades e estabelecimentos concorrentes, perdeu hoje 30%, depois de ter recuado 47% na véspera.

Mas os investidores estiveram com a atenção focada no banco central dos EUA, a Reserva Federal (Fed), cujo comité de política monetária (FOMC, na sigla em Inglês) acaba na quarta-feira uma reunião com, para comentar as decisões, uma conferência de imprensa do presidente Jerome Powell e as novas previsões económicas e projeções de evolução da sua taxa de juro de referência.

"Não se está a ver bem o que a Fed pretende, mas os analistas apontam para uma subida da taxa em 25 pontos-base", o que a deve elevar para o intervalo entre 4,75% e 5%, indicou Steve Sosnick.

As turbulências bancárias em parte causadas pelas subidas acentuadas das taxas desde há um ano vão pesar nas discussões do FOMC.

A chave vai estar "na conferência de imprensa, onde (Powell) vai garantir que não há crise bancária", acrescentou o analista.

Os quadros de projeção de evolução das taxas vão ser observados de perto, quando os investidores já antecipam descidas da taxa de muro de referência deste o verão.