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Maláui diz que número de vítimas mortais do ciclone Freddy deve superar o milhar

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Foto EPA

As autoridades do Maláui reconheceram hoje que o número de vítimas mortais do ciclone Freddy pode ser superior a mil, sendo cada vez menores as hipóteses de as equipas de busca e salvamento encontrarem pessoas ainda com vida.

"Já passaram sete dias e as possibilidades de encontrar com vida as pessoas atoladas são escassas", reconheceu hoje o líder da agência de gestão de crises, Charles Kalemba, citado pela agência espanhola de notícias Efe.

As equipas de resgate do Maláui confirmaram cerca de 500 mortos e informaram que, oficialmente, quase 350 pessoas estão desaparecidas, mas mais de 1.300 pessoas estão gravemente feridas, e mais de meio milhão foram obrigadas a abandonar a região devido à passagem do ciclone Freddy, principalmente em 14 cidades do Malaui, que também causou danos e mortes em Moçambique.

As Nações Unidas já pediram a ajuda da comunidade internacional para acudir as vítimas, e o Presidente do país, Lazarus Chakwera, declarou 14 dias de luto nacional, até 29 de março, para "honrar as vidas perdidas para o ciclone".

O ciclone Freddy é um dos mais longos e com uma trajetória mais abrangente das últimas décadas, tendo passado por mais de 10 mil quilómetros desde que se formou no norte da Austrália, a 4 de fevereiro, e atravessou todo o Oceano Índico até ao continente africano.

A 21 de fevereiro, chegou à costa oriental de Madagáscar e regressou a 5 de março à ilha, deixando um total de 17 mortos e 300 mil afetados.

Em Moçambique, chegou em 24 de fevereiro e tocou novamente terra em 11 de março, deixando pelo menos 80 mortos, acima dos números oficiais das autoridades, que apontam para 66 pessoas.

Segundo a Organização Meteorológica Mundial, o ciclone Freddy pode bater o recorde de duração do furacão e tufão John, que durou 31 dias em 1994, mas isto só poderá ser confirmado depois de este fenómeno meteorológico se dissipar.