Ministro do Petróleo da Venezuela demite-se durante investigação a corrupção
O ministro do Petróleo da Venezuela anunciou hoje a sua demissão, enquanto a justiça está a investigar alegada corrupção entre altos funcionários públicos.
Tareck El Aissami anunciou a sua demissão através da rede social Twitter, tendo-se disponibilizado para ajudar em eventuais investigações à empresa Petróleos de Venezuela SA e tendo oferecido apoio à campanha anti-corrupção do presidente Nicolás Maduro.
Na semana passada, a Polícia Nacional Anticorrupção (PNAC) da Venezuela anunciou que estava em curso uma investigação que envolvia funcionários públicos da indústria petrolífera, do sistema judicial e de alguns municípios, mas nunca fez qualquer referência à empresa de Petróleos.
A Venezuela possui uma das maiores reservas mundiais de petróleo, sendo conhecida a elevada corrupção que existe no meio: Apesar desta riqueza natural, a maioria dos cidadãos vive com apenas 1,90 euros por dia.
Sob o governo do falecido presidente Hugo Chávez, El Aissami chefiou o Ministério dos Assuntos Internos e em abril de 2020 foi nomeado ministro do Petróleo.
O Ministério Público da Venezuela revelou hoje que nomeou cinco procuradores para investigar o envolvimento de altos funcionários públicos em atos de corrupção que já levaram à detenção de, pelo menos, sete pessoas.
Em comunicado divulgado hoje, o MP afirmou ter sido notificado pela PNAC da detenção de "um grupo de funcionários públicos alegadamente envolvidos em atos graves de corrupção".
Segundo a imprensa venezuelana, foram detidos o presidente do Circuito Judicial Penal de Caracas e magistrado suplente da Sala Constitucional do Supremo Tribunal de Justiça e um juiz com funções contra o terrorismo.
Foi ainda detido o chefe da Superintendência Nacional de Criptoativos e Atividades Conexas (Sunacrip), no âmbito de uma investigação após terem desaparecido mais de três mil milhões de dólares provenientes da venda de petróleo.