20 factos que comprovam nova "hora de burro"
Depois do suicídio político a 15 de Janeiro, Sérgio Marques entregou-se hoje à Justiça
Boa noite!
É oficial. Sérgio Marques voltou a ter a sua “hora de burro”. Hoje, no parlamento, e por diversas vezes durante quase quatro horas, foi reincidente numa vertente que o torna, finalmente, próximo dos eleitores que iludiu durante vários mandatos, em diversos palcos. É obra!
Vamos a factos:
1 – Sérgio Marques ensaiou de diversas formas e feitios a tentativa de resumir a meras “opiniões” tudo aquilo que motivou o seu suicídio político, a sua demissão como deputado e a formalização da Comissão de Inquérito. Desta forma pouco convincente, tentou evitar males maiores, mas na minha humilde e honesta interpretação equivocou-se, ao ponto de poder vir a sofrer dissabores noutras frentes.
2- Sérgio Marques revelou-se imprudente ao admitir que as afirmações ao DN, publicadas a 15 de Janeiro último, estavam desprovidas de factos concretos que as suportassem. Mas não contente com a série de acusações sem provas, tenta fugir a responsabilidades, o que só agrava a sua postura porque quase assume que aquilo que disse não corresponde à realidade.
3 - Sérgio Marques gabou-se de ainda ter “as costas largas”. Se tem assim tanta certeza porque se escudou com insistência nas alegadas “opiniões”?
4 - Sérgio Marques confundiu factos com opiniões, estratégia percebida rapidamente pelos deputados e que o separa de forma nítida daqueles que tanto agora odeia. No jornalismo, por imperativos de ordem deontológica, tal promiscuidade não é possível, nem tolerável.
5 - Sérgio Marques revelou desconhecer a realidade empresarial madeirense, reduzindo-a a uma insignificância, a meia dúzia de grandes grupos. E as que já se internacionalizaram e que porventura nunca ouviu falar? E as que não estando no seu radar apetecível dão emprego a centenas de profissionais qualificados? E as que anualmente são distinguidas nas diversas categorias das ‘500 maiores e melhores empresas da Madeira’?
6 - Sérgio Marques admitiu gostar de obras. Aliás, confidenciou que não se tem dado nada mal com algumas que tem feito. Era muito importante saber quais, em que concelhos estão edificadas e como obteve as respectivas licenças.
7- Sérgio Marques confessou ter um sonho, pelos vistos, insondável. Registamos, mesmo que nem todos tenham nascido para gerar ‘soundbites’, nem para estar ao nível de Martin Luther King. Sobretudo porque de activistas têm muito pouco.
8- Sérgio Marques deu lições sobre como deve funcionar a dialética política, apelando à tolerância. Um debate sem malícia é o que deseja!!!
9 - Sérgio Marques assumiu que preza a coerência. Ainda bem que o diz, porque neste caso, fartou-se de ziguezaguear.
10 -Sérgio Marques negou pressões efectivas de quem quer que seja por não ser pressionável. Nem sempre foi assim. Aliás, na história bem recente consta que foi pressionado a admitir que disse em ‘on’ o que tentou desesperadamente fazer passar por ‘off’, numa conversa de café.
11 - Sérgio Marques admitiu que a expressão “obras inventadas” foi metafórica. Ficamos esclarecidos sobre a leviandade de muitas acusações feitas nas declarações ao DN.
12 - Sérgio Marques ficou a dever ao rigor em diversas respostas dadas hoje. Por exemplo, quando alegou que o seu MEDIARAM se mantém igual até hoje! Quando confundiu os accionistas do DIÁRIO com os do JM. Quando abordou o processo de privatização do jornal.
13 - Sérgio Marques foi poupado a algumas questões incómodas. E havia uma que poderia ajudar a perceber uma realidade incontornável numa região em que queria fomentar a concorrência desde que houve capacidade demonstrada. Enquanto foi secretário regional quais foram afinal as empresas que ganharam os concursos públicos por si lançados ou a que empresas foram atribuídos os ajustes directos por si determinados?
14 – Sérgio Marques admitiu que passou de bestial a besta, mas não justificou as razões que o levaram durante quatro décadas a ser protegido do sistema, do qual beneficiou de inúmeros favores, mesmo sem ter dado provas de mérito inequívoco.
15 - Sérgio Marques colocou em causa a comunicação social regional. Fê-lo de forma premeditada e por diversas ocasiões, mas de forma mais atentatória quando se congratulou com a existência de alternativas para as pessoas terem acesso a informações, sem ser através do jornalismo com rosto e com assinatura. Para quem já tutelou a pasta da comunicação social colocar o Facebook, como se sabe repleto de perfis falsos, e blogues, muitos quais anónimos, ao mesmo nível dos meios tradicionais é bem revelador da competência que tinha numa matéria em que foi decisor. O ex-secretário assumiu-se hoje com patrocinador oficial da desinformação posta a circular na Região.
16- Sérgio Marques exprimiu convicções que carecem de provas quando referiu que “hoje a juventude já não vê televisão e se calhar não lê o DIÁRIO e o JM”. Caberá a cada meio desmontar uma tese, para já, desprovida de contexto. No DIÁRIO, comprovadamente há juventude que nem só lê, como tem conteúdos a seu cargo e até dá opiniões. Quem finge não ler é o ex-deputado das “novas vestes”.
17 – Sérgio Marques assume que agora não precisa de aparecer no DIÁRIO para veicular a sua posição, nem ter notoriedade. Aliás, não é o primeiro que se serve, pede favores, mendiga espaço e depois de servido e cospe no prato que comeu. Respeitaremos a sua legítima vontade, que não se aplica sempre que estivermos perante factos de relevante interesse público.
18 – Sérgio Marques fez jus à fama que vem de longe e armou-se em vítima, alegando que tem sido “cilindrado” pela comunicação desde que fez declarações ao DN porventura lesivas de interesses dos accionistas do DIÁRIO e do JM. Julga-se imune à crítica e ao escrutínio?
19- Sérgio Marques exibiu algumas primeiras páginas do DIÁRIO que, no seu entender, “hoje não seriam possíveis”. Omitiu algumas inconvenientes, bem recentes, mas sobretudo esqueceu-se de outras tantas capas que comprovam que o tempo não pára, que a realidade regional é muito dinâmica, como tanto deseja, e que comprovadamente e por enésimas razões há notícias que são irrepetíveis, mormente as que surgiu como actor principal!
20 - Sérgio Marques falou mais na audição de hoje Comissão de Inquérito do que em toda uma legislatura na Assembleia de República. Finalmente alguém conseguiu, e porventura pela primeira vez, pôr o político de carreira a trabalhar e a tremer.