Madeira

Bloco de Esquerda defende o direito dos madeirenses a uma habitação acessível

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O Bloco de Esquerda defende o direito dos madeirenses a uma habitação acessível, o direito a viverem nos seus lugares, bem como o fim imediato dos Vistos Gold, "que existem sem qualquer escrutínio a quem os requer, que não gera riqueza nas localidades e que serve apenas o propósito de atribuir acesso ao espaço europeu a quem tem dinheiro, independentemente da sua proveniência".

Num comunicado assinado por Dina Letra, o partido aborda a questão da habitação na Região, considerando que o que se passa "é dramático e um flagelo para quem cá vive e procura uma casa para viver, seja para comprar ou arrendar". O BE lança duras críticas ao Governo Regional, afirmando que este fica do lado "do sector imobiliário e da construção, dos estrangeiros que compram casas de milhares de euros e dos fundos imobiliários que apenas pretendem o lucro do investimento e que em nada desenvolvem a RAM".

"A Madeira, e o Funchal em particular, foi uma das regiões do país em que mais aumentou o preço da habitação ao longo de 2022", indica o Bloco, acrescentando que "a aposta na construção de habitação de luxo, diversas vezes elogiada por Albuquerque, totalmente dirigida ao mercado dos Vistos Gold e dos fundos de investimento, que o PSD-CDS defende a todo o custo, está a expulsar os madeirenses dos seus lugares". Além disso, rebate a "proliferação, sem controlo, do alojamento local, que ocupa prédios habitacionais nos centros das cidades e um pouco por toda a ilha", indicando que muitos deles foram alvo de "reabilitação urbana e de benefícios fiscais, com o dinheiro dos contribuintes madeirenses", estando a retirar gente aos centros urbanos e a fazê-los perder a sua identidade.

A estes problemas juntam-se ainda os baixos salários, a precariedade sem fim dos trabalhadores, o aumento substancial do custo de vida e a subida das taxas de juro, pelo que se torna impossível comprar casa e, "para a nossa juventude, é cada vez mais difícil constituir família e sonhar com um futuro".

No entanto, este é um problema transversal a diversas gerações. Gostaríamos aliás de saber quem são os jovens que irão beneficiar da habitação a preços controlados, já que comprar casa, em planta, por 240 mil euros é, seguramente, para um grupo muito, mas muito restrito Dina Letra, coordenadora regional do BE

Lembra ainda que temos perto de 5.000 famílias em lista de espera por uma habitação condigna. "Exigem-se também aqui respostas do governo PSD, há quase cinco décadas no poder e, por isso, o único responsável por este grave problema", refere.

" Fruto do PRR, o Governo Regional poderá mitigar o problema da habitação, embora o número de habitações a construir esteja a ser revisto regularmente - já foram 1.400 e os últimos números conhecidos apontam para 800. Mas, principalmente, devemos exigir mais ao Governo, que não derrama um único euro do orçamento regional para construção de nova habitação". assume.

Dina Letra termina afirmando que "o dinheiro existe. Está é a ser aplicado em investimentos que não são prioritários para os madeirenses e que se destinam a ser concessionados a terceiros, num círculo restrito de privilegiados do regime. Como exemplo deste contínuo desbaratar de dinheiros públicos em obras desnecessárias, deixamos os 20 milhões para o campo de golfe da Ponta do Pargo, os 33 milhões de euros para o teleférico do Curral das Freiras, os 12 milhões para a estrada das Ginjas ou ainda os 6,5 milhões de euros para mais um campo de futebol, desta feita em Câmara de Lobos".