Ministra da Igualdade Racial do Brasil eleita uma das mulheres do ano pela Time
A ministra da Igualdade Racial do Brasil, Anielle Franco, foi eleita hoje pela revista norte-americana Time como uma das 12 mulheres do ano em 2023.
Anielle Franco é irmã da ativista e ex-vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018 numa emboscada depois de participar de um evento político com mulheres no centro do Rio de Janeiro, um crime violento ainda não totalmente esclarecido e que chocou o Brasil.
Nas redes sociais, a ministra brasileira comentou: "Muito orgulhosa e emocionada em ter sido a primeira e única brasileira indicada como 'Mulher do Ano' entre as doze escolhidas pela revista norte-americana Time. Estou muito feliz e não chego sozinha, esse reconhecimento não é só meu, é de todas as mulheres negras do Brasil".
"Sou a primeira, mas não serei a única. Que esse marco seja um recomeço para a nossa história e o reconhecimento de toda nossa luta", acrescentou.
Num perfil sobre a sua vida e atividade política, a revista cita que Anielle Franco não pretendia trabalhar na área pública, mas a busca por justiça pela morte de sua irmã levou-a à notoriedade no Brasil e no mundo.
A revista destacou que antes de assumir cargo no Governo a ministra brasileira "se dedicou ao ativismo em tempo integral, lançando uma organização sem fins lucrativos em nome de sua irmã, em um momento em que o presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro, eleito no final de 2018, estava martelando a agenda dos direitos humanos no Brasil".
"Sua trágica história familiar, personalidade calorosa e uso hábil dos 'media' sociais transformaram a outrora reservada [Anielle] Franco numa líder improvável no movimento pelos direitos dos negros no Brasil", acrescentou a Time.
Anielle Franco assumiu o cargo em janeiro como ministra da Igualdade Racial indicada pelo Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, que derrotou o ex-presidente Jair Bolsonaro nas eleições de outubro passado.
Num país marcado pelo racismo e a desigualdade, seu trabalho é garantir que os ministros e legisladores do Governo de Lula da Silva cumpram sua promessa de igualdade para os negros e mulatos brasileiros, que compõem 56% da população, e as minorias indígenas e asiáticas do país.