Vladimir Putin acusa "terroristas e neonazis" de sabotagem na Rússia
O Presidente russo, Vladimir Putin, acusou hoje "terroristas e neonazis" de atacarem civis, após os serviços de informações e o Kremlin terem acusado sabotadores ucranianos de atingirem zona de fronteira entre a Ucrânia e a Rússia.
O Exército russo "protege a Rússia e o nosso povo contra neonazis e terroristas (...) Eles cometeram hoje um novo ataque terrorista, infiltrando-se no nosso território através da fronteira (Ucrânia) e abriram fogo contra civis", declarou Putin num discurso transmitido hoje pela televisão da Rússia.
"São precisamente pessoas como estas que têm como objetivo privar-nos da nossa memória histórica, da nossa História, das nossas tradições e da nossa língua", acrescentou o chefe de Estado.
O porta-voz do Kremlin já tinha acusado alegados sabotadores de "atos de terrorismo" na região fronteiriça de Briansk.
O gabinete do Presidente da Ucrânia declarou que as informações "sobre a infiltração de sabotadores" são uma "provocação deliberada" de Moscovo.
"Esta história sobre o grupo de sabotadores ucranianos na Rússia é uma provocação deliberada clássica. A Rússia quer assustar a própria população russa para justificar a invasão da Ucrânia", declarou Mikhaylo Podolyak, conselheiro da Presidência ucraniana através de uma mensagem divulgada na rede social Twitter.
A situação na região fronteiriça de Briansk não foi, até ao momento, acompanhada por fontes independentes.
Hoje de manhã, os serviços de informações de Moscovo (FSB) comunicaram que o Exército russo estava a tentar "eliminar" um grupo de sabotadores infiltrados na região da fronteira.
"O FSB e as forças auxiliares do Ministério da Defesa da Rússia tomaram medidas para destruir os nacionalistas ucranianos armados que violaram a fronteira do Estado (russo) no distrito de Klimovsk, região de Briansk", indicam os serviços de segurança sobre a alegada "infiltração".
"Um grupo de reconhecimento e de sabotagem infiltrou-se na povoação de Lioubetchane, a partir da Ucrânia", disse o governador da região de Briansk, Alexander Bogomaz.
De acordo com o governador, "os sabotadores dispararam contra um veículo em movimento", atingiram mortalmente um habitante e feriram outras duas pessoas, entre as quais uma criança de dez anos.
As agências de notícias russas Ria Novosti, TASS e Interfax, que citam alegadas testemunhas e fontes dos serviços de segurança e de emergência, referem que o mesmo grupo ucraniano raptou várias pessoas.
Estas informações também não foram confirmadas por fontes independentes até ao momento.
Bogomaz acrescentou que houve um outro ataque de morteiro ucraniano contra a cidade de Souchany, na mesma região russa, que provocou um incêndio numa casa, enquanto duas residências na localidade de Lomakovka foram também destruídas.
O governador da região de Kursk, Rússia, disse que a zona foi atingida por bombardeamentos ucranianos, sobretudo a cidade de Tetkino, onde morreu uma pessoa.
Segundo a France Presse, as regiões fronteiriças têm sido atingidas por bombardeamentos desde fevereiro do ano passado mas não é frequente as autoridades de Moscovo referirem ações de grupos de sabotagem ucranianos.