"Recuperar o tempo de serviço dos professores não é um favor – é justiça", diz PAN Madeira
A Comissão Política do PAN Madeira emitiu um comunicado, este domingo, que começa por dizer que tem ouvido com "espanto e desalento as contínuas intervenções de Miguel Albuquerque, que muito – e adjectiva mais ainda – depois de dizer que não quer o plano de habitação do Governo que 'até se pode dizer que parece venezuelano' e dum modo recorrente se pergunta 'porque é que nós continuamos a fazer parte da República'".
O PAN aconselha pois o Governo Regional a aproveitar a Autonomia para garantir o Futuro na Madeira dos jovens, "que ano após ano têm de ir embora porque não têm na Madeira o tal futuro que Miguel Albuquerque fala – ao fim de 47 anos de governo do PSD".
Mais, considera que Miguel Albuquerque está "errado" ao considerar, como afirmou no Congresso dos juízes, que "a grande aposta do seu governo no setor da educação na Madeira está bem motivado e com uma carreira estável porque os professores estão a recuperar o tempo de serviço e – temos a educação que precisamos".
Assim como está muito longe da realidade, pois os problemas dos docentes não se resolvem apenas porque em comparação com os professores no continente os professores na Madeira estão a recuperar o tempo de serviço. Recuperar o tempo de serviço não é um favor – é justiça. Comissão política PAN Madeira
Ainda assim, o PAN diz concordar com Miguel Albuquerque quando este afirma que os “professores são a pedra angular” do nosso futuro.
Recorda o PAN Madeira, "mas talvez Miguel Albuquerque não saiba, que devolver o que é de justiça não substitui a desvalorização que a carreira docente tem sofrido ao longo dos últimos anos".
O PAN cita Joaquim José Sousa, responsável pelo partido, que interveio no congresso das escolas, a 4 de Março.
Efectivamente melhoraram-se os equipamentos e as tecnologias nas escolas, mas faltam recursos humanos, falta uma escola mais aberta à comunidade, falta tempo, falta cultura de planeamento e avaliação. Falta uma escola aberta para o futuro, falta uma escola onde caibam os sonhos e o futuro de todos os alunos. Joaquim José Sousa, PAN Madeira
Vai daí, o partido diz entender "e Miguel Albuquerque não, que só um ensino que garanta os vários pensamentos, as várias inteligências que contemplem o emocional, o empático e uma pedagogia crítica, pode assegurar uma escola de futuro".
Passa depois a elencar o que o entende que os professores querem, "para além do que é obviamente justo querem uma carreira digna, respeitosa e respeitável":
- Querem a vinculação de todos os docentes com três anos de serviço.
- Querem que seja revertida a injustiça que foi feita com os docentes que entraram para a carreira (quadro) até 2011 e foram ultrapassados e prejudicados pela portaria de reposicionamento docente - Portaria n.º 119/2018, de 4 de maio.
- Querem Respeito na hora da reforma;
- Querem carreiras justas, pois professores com 20 anos de serviço não podem estar no 4º escalão, e entende o partido que ou está a falhar a avaliação (que leva a que os professores não progridam) ou o docente não têm competência, se não tendo competência devem sair – se está a ser prejudicado pela administração deve ser reposicionado na carreira – progressões por amizade não são justas;
- Os professores querem que acabem as cotas de acesso ao 5.º e no 7.º escalão, para inviabilizar um congelamento camuflado;
- Querem um ordenado digno e justo, os docentes não podem receber um ordenado que não valoriza as suas aprendizagens enquanto estudantes, ou a sua atualização sistemática enquanto profissionais;
Termina recordando a Miguel Albuquerque as palavras de Francisco Sá Carneiro: "A política sem risco é uma chatice, mas sem ética é uma vergonha", concluindo o PAN que o populismo e a demagogia não são nem éticos, nem dignos.