Madeira

Pedro Calado defende “coragem reformista” para mudar o sector público

Foto Miguel Espada/Aspress
Foto Miguel Espada/Aspress

O presidente da Câmara Municipal do Funchal, Pedro Calado, pediu “coragem política e de espírito reformista” para alterar o sector público em Portugal e constatou “depois de 48 anos de Democracia e 36 anos a receber fundos comunitários da União Europeia, estamos cada vez mais pobres e na cauda da Europa”. Uma opinião partilhada na conferência da SEDES, que decorre esta tarde na Assembleia Legislativa da Madeira.

“Precisamos de coragem política e de espírito reformista. Caso contrário, continuaremos um país na cauda da Europa, já que a cada passo que damos para a frente, outros tantos trilhamos no sentido inverso”, referiu o autarca, que quer “capacidade reformista em sectores estruturais e essenciais como a justiça, a saúde, a educação, a segurança interna e as forças armadas”.

Pedro Calado falou na necessidade de valorização da administração pública e valorização de carreiras. “A corrida às horas extraordinárias, em especial na função pública, é uma forma de compensação dos baixos salários e da lenta progressão das carreiras, subvertendo a lógica do que deveria existir, desvalorizando o que deveria ser a regra: a meritocracia”, disse o presidente da autarquia, que acha que “urge reformular todo o sistema de funcionamento público”, “erradicar o inferno da burocracia, que impede a rápida tomada de decisões e é um grande entrave ao investimento, não apenas privado, já que também o sector público padece com este nefasto poder dentro do poder”. Acha também necessário implementar sistemas de justiça e fiscalidade que “sejam céleres, eficientes e estáveis”.

Pediu ainda “pactos governativos” orientados para o médio e o longo prazo, “sem pensar em clientelas políticas ou empresariais, mas sim no futuro de Portugal e dos seus cidadãos, operando, para que tal suceda, grandes reformas do sistema, com vantagens económicas, sociais, fiscais, que sejam realmente duradouras e que façam com que sejamos um país cada vez menos dependente das conjunturas internacionais”.

Por fim, apontou duas áreas que classifica como “fundamentais”: a criação de incentivos ao investimento em investigação e tecnologias que permita gerar riqueza e emprego e medidas para combater o envelhecimento da população e a baixa natalidade.