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Demitido chefe da polícia grega após intensos confrontos com manifestantes

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Foto EPA

O chefe da polícia grega foi demitido após os confrontos e o nível de violência entre agentes e manifestantes se terem intensificado devido ao grave acidente ferroviário de 28 de Fevereiro, anunciou hoje o governo grego.

Constantinos Skoumas foi demitido menos de dois meses depois de ter sido confirmado naquele cargo, de acordo com o gabinete do primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis

O afastamento surgiu após a polícia ter sido criticada pela forma como lidou com os protestos que irromperam após o acidente em que dois comboios colidiram perto da cidade de Larissa, causando a morte de 57 pessoas.

"Vamos aprender com os nossos erros", disse hoje Mitsotakis, numa viagem de campanha a Atenas. "Um erro só se torna um erro se se repetir", acrescentou.

Segundo o governo grego, a nomeação de um novo chefe de polícia "visa uma implementação mais eficaz dos planos operacionais de uma força policial moderna relativamente à segurança dos cidadãos".

Durante a última manifestação, ocorrida na quinta-feira, uma força da polícia de choque foi filmada a espancar manifestantes pacíficos na Praça Syntagma, no centro de Atenas.

Horas mais tarde, um reboque da polícia encostou-se a um grupo de manifestantes que tentava bloquear uma rua da capital com contentores, derrubando um deles no chão.

O desastre ferroviário desencadeou semanas de protestos, alguns deles violentos, que pressionaram o governo conservador de Mitsotakis numa altura em que há eleições marcadas para maio.

O ministro dos Transportes demitiu-se após o desastre. O gestor da estação em serviço na altura do acidente e três outros funcionários ferroviários foram acusados e enfrentam a condenação a longas penas de prisão.

Os sindicatos há muito que tinham alertado para as falhas dos caminhos-de-ferro da Grécia, descrevendo uma rede que estava subfinanciada, com falta de pessoal e propensa a acidentes, após uma década de cortes nas despesas e financiamento.

O ministro interino dos Transportes, Georgios Gerapetritis, referiu que os serviços ferroviários, suspensos após o acidente, seriam retomados gradualmente a partir de 22 de março, com normalização total até 16 de Abril.

Os sistemas de segurança automatizados nas linhas férreas serão instalados até ao final de setembro, estimou ainda.