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OMS admite baixar nível de alerta e compara doença à gripe sazonal

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) admitiu hoje reduzir este ano o nível máximo de alerta em vigor para a covid-19, alegando que o impacto da doença poderá em breve ser comparado com o da gripe sazonal.

"Acho que estamos a chegar ao ponto em que podemos olhar para a covid-19 da mesma forma que olhamos para a gripe sazonal, que é uma ameaça à saúde, um vírus que continuará a matar, mas que não perturba a sociedade ou os sistemas hospitalares", afirmou o responsável dos programas de emergência da OMS, Michael Ryan, em conferência de imprensa.

Já o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, manifestou-se "muito satisfeito por ver que, pela primeira vez, o número semanal de mortes relatadas nas últimas quatro semanas foi menor" do que quando foi decretada a pandemia há cerca de três anos.

"Certamente estamos numa posição muito melhor hoje do que em qualquer outro momento durante a pandemia", assegurou o responsável da organização, que se mostrou ainda "confiante" de que a OMS poderá baixar o seu nível máximo de alerta "este ano" para a covid-19.

A OMS avançou com o nível de emergência de saúde pública internacional em 30 de janeiro de 2020, quando o mundo tinha menos de 100 casos de infeção e nenhuma morte fora da China, mas a situação de pandemia só foi declarada em março do mesmo ano.

"Declarámos uma emergência de saúde global para exortar os países a tomarem medidas decisivas, mas nem todos o fizeram", reconheceu Tedros Adhanom Ghebreyesus, ao salientar que, três anos depois, o número de mortes provocadas pelo coronavírus é maior dos que os quase sete milhões registados oficialmente no mundo.

No final de janeiro, o diretor-geral da OMS decidiu manter o nível máximo de alerta para a covid-19, depois de mais uma reunião do seu comité de emergência, um órgão que se tem reunido periodicamente para avaliar a situação da pandemia, mas os peritos reconheceram que estava a aproximar-se um "ponto de viragem".

Segundo os dados mais recentes da organização, divulgados na quinta-feira, desde o início da pandemia foram registados mais de 760 milhões de casos e cerca de 6,8 milhões de mortes em todo o mundo provocadas pela covid-19.

Entre 13 de fevereiro e 12 de março, foram notificados quase 4,1 milhões de novos contágios e 28.000 mortes, uma diminuição de 40% e 57%, respetivamente, em comparação com os 28 dias anteriores a nível global.

Já na Europa, a OMS avança que se registaram mais de 1,5 milhões de novos casos, um aumento de 20% em relação aos 28 dias anteriores, mas o número de mortes baixou 26% para 9.274 óbitos notificados.

A OMS reconhece, porém, que os dados referentes às infeções e reinfeções estão subestimados, devido, em parte, à redução da testagem e aos atrasos de notificação em muitos países.

A covid-19 é uma doença respiratória infecciosa provocada pelo SARS-CoV-2, um tipo de vírus que foi detetado há três anos na China e que se disseminou rapidamente pelo mundo, assumindo várias variantes e subvariantes, umas mais contagiosas do que outras.