UE dá mais 75 milhões de euros para ajuda humanitária a venezuelanos
A União Europeia (UE) disponibilizou hoje uma verba de 75 milhões de euros em ajuda humanitária de emergência à Venezuela, num total de quase 400 milhões de euros desde 2016, para ajudar populações deslocadas e deslocalizadas.
A ajuda foi anunciada no âmbito da reunião da Conferência Internacional de Solidariedade para com os Refugiados e Migrantes Venezuelanos e os Países e Comunidades de Acolhimento, coorganizada pela UE e pelo Canadá e que hoje termina em Bruxelas.
A conferência que arrancou na quinta-feira na capital belga foi organizada em colaboração com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e a Organização Internacional para as Migrações (OIM), bem como com os principais países e parceiros de acolhimento, como é o caso do Brasil.
Na reunião, convocada para debater a renovação do apoio aos refugiados a partir deste ano, participaram, além da UE e do Canadá, outros países doadores, organizações internacionais e locais e o setor privado, bem como os países que acolhem migrantes e refugiados venezuelanos.
O objetivo da Conferência de Solidariedade de 2023 é reafirmar o apoio contínuo da comunidade internacional ao povo venezuelano afetado pela atual crise socioeconómica e pelo subsequente afluxo migratório na região.
O comissário europeu para a Gestão de Crises, Janez Lenarcic, garantiu, numa conferência de imprensa conjunta com o ministro canadiano para o Desenvolvimento Internacional, Harjit S. Sajjan, que "apesar dos desafios e da proliferação de outras crises urgentes no resto do mundo, a UE continuará a prestar assistência humanitária aos venezuelanos mais vulneráveis".
Lenarcic salientou ainda que "a situação humanitária resultante da crise venezuelana está a agravar-se, com quase 20 milhões de pessoas a necessitar de ajuda para sobreviverem".
Por seu lado, Sajjam acrescentou que "há que continuar a trabalhar em conjunto para prestar apoio, proteção e oportunidades" à população da Venezuela, salientando a necessidade de haver uma resposta coletiva a esta crise regional.
A Venezuela tem enfrentado nos últimos anos um clima de grande instabilidade política, situação que se soma a uma grave crise económica e social.
Segundo dados de Bruxelas, mais de 7,1 milhões de venezuelanos abandonaram o país desde 2015, com a maioria a deslocar-se para países da América Latina e Caraíbas, sendo estimado em 19,7 milhões o número de pessoas que precisam de ajuda humanitária.
O país conta com uma significativa comunidade de portugueses e de lusodescendentes.