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China vai liderar crescimento da capacidade renovável à frente dos EUA e UE

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A China vai liderar o crescimento da capacidade renovável nos próximos anos, à frente dos Estados Unidos e da União Europeia, por apoiar as tecnologias limpas para alcançar emissões poluentes zero em 2060, segundo um estudo hoje divulgado.

Dados hoje divulgados pela seguradora Crédito y Caución revelam que, "em termos absolutos, a China continuará a liderar o crescimento da capacidade renovável nos próximos anos", nomeadamente no que toca à energia eólica e solar, mercados em que já representa, respetivamente, 40% e 36%, da produção ao nível mundial.

Estas percentagens comparam com quotas de mercado de 16% para os Estados Unidos, 7,7% para a Alemanha e 3,3% para Espanha no que toca à capacidade eólica instalada no mundo e de 11% para os Estados Unidos, 8,8% para o Japão e 6,9% para a Alemanha relativamente ao solar.

A empresa justifica o crescimento chinês nas renováveis com "o seu apoio às tecnologias energéticas limpas, [que] não só obedece à sua ambição ambiental de alcançar emissões 'ne't zero em 2060, como à sua estratégia de redução da dependência de importações de combustíveis".

Ainda de acordo com a Crédito y Caución, "atrás da China, a Índia e os Estados Unidos serão os que mais capacidade solar vão acrescentar nas próximas décadas", sendo que a "capacidade eólica mundial também vai aumentar, mas em menor escala que a solar, impulsionada pela China, pela União Europeia e pelos Estados Unidos".

Devido à crise energética acentuada pela guerra da Ucrânia causada pela invasão russa, os países têm vindo a apostar nas renováveis, nomeadamente na produção eólica e solar.

A UE, que estipulou a meta de alcançar 45% da quota das energias renováveis no consumo final de energia europeia até 2030, quer tornar-se na "casa das tecnologias limpas" e representar, também até esse ano, 40% da produção sustentável ao nível mundial, segundo uma proposta apresentada na quinta-feira pela Comissão Europeia para responder aos subsídios 'verdes' dos Estados Unidos.

Numa altura em que a UE tenta acabar com a dependência energética russa e atingir as suas metas ambientais - como a neutralidade carbónica em 2050 e a redução de pelo menos 55% das emissões poluentes até 2030, estipuladas no Pacto Ecológico Europeu -, Bruxelas propôs uma nova lei comunitária com vista a desenvolver tecnologia 'limpa' em solo europeu, aumentando o fabrico e garantindo que a União alcança a transição climática.

Em causa está o apoio europeu a tecnologias solares fotovoltaicas e solares térmicas, projetos de energia eólica terrestre e energia renovável 'offshore', baterias e armazenamento, bombas de calor e energia geotérmica, eletrolisadores e células de combustível, biogás/biometano, captura e armazenamento de carbono e tecnologias de rede.

A proposta surge depois de, nos últimos meses, as relações transatlânticas terem sido marcadas pelo descontentamento europeu face ao plano dos Estados Unidos de subsidiar a produção local de tecnologias 'limpas' com 370 mil milhões de dólares (cerca de 350 mil milhões de euros), o que é considerado discriminatório e que ameaça levar as empresas europeias a abandonar o continente.

Entretanto, a UE decidiu trabalhar no seu próprio plano para fornecer incentivos às tecnologias limpas europeias.

Estima-se que o mercado global da tecnologia 'limpa' valha cerca de 600 mil milhões de euros até 2030, o triplo do seu valor atual.