Xi e Putin almoçam na segunda-feira e reúnem-se no dia seguinte
Os Presidentes chinês e russo vão ter um almoço informal na segunda-feira e reunir-se no dia seguinte, quando darão também uma conferência de imprensa conjunta, anunciou hoje o Kremlin.
"A comunicação entre o Presidente [Vladimir Putin] e o líder da China [Xi Jinping] arranca no dia 20 de março. Vai ser uma conversa cara a cara, um almoço informal", disse o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, em conferência de imprensa.
Peskov acrescentou que terça-feira vai ser o "dia das negociações" e que os dois líderes vão dar uma conferência de imprensa conjunta no final da reunião.
Xi Jinping vai visitar a Rússia entre os dias 20 e 22 de março.
Os dois líderes reuniram-se pela última vez em setembro passado, à margem da cimeira da Organização de Cooperação de Xangai (SCO), no Uzbequistão. Xi expressou então a Putin "questões e preocupações" sobre a guerra na Ucrânia, de acordo com o presidente russo.
Ambos os lideres expressaram, no entanto, o desejo de fortalecerem os seus laços, num período de tensões mútuas com o Ocidente.
A China afirmou ser neutra no conflito, mas um mês antes da invasão, Xi e Putin proclamaram uma "amizade sem limites", na abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno, em Pequim.
A China recusou-se a criticar a invasão da Ucrânia, mas condenou a imposição de sanções a Moscovo e acusou o Ocidente de provocar o conflito e "alimentar as chamas", ao fornecer à Ucrânia armas defensivas.
O país asiático considera a parceria com Moscovo fundamental para contrapor a ordem democrática liberal, liderada pelos Estados Unidos. As relações entre Pequim e Washington deterioraram-se também rapidamente, nos últimos anos, devido a uma guerra comercial e tecnológica, diferendos em questões de direitos humanos, o estatuto de Hong Kong e Taiwan ou a soberania do mar do Sul da China.
Numa proposta para a paz com 12 pontos, divulgada no mês passado, Pequim destacou a importância de "respeitar a soberania de todos os países", numa referência à Ucrânia, e apelou ao fim da "mentalidade da Guerra Fria", numa crítica implícita ao alargamento da NATO.