Austrália compra mísseis de cruzeiro de longo alcance aos Estados Unidos
A Austrália confirmou hoje planos para comprar mísseis de cruzeiro de longo alcance dos Estados Unidos como parte do pacto de segurança AUKUS, após Washington ter anunciado a venda de até 220 mísseis Tomahawk a Camberra.
"Estamos a trabalhar com os Estados Unidos para ter maior capacidade de mísseis", disse o ministro da Defesa australiano, sublinhando a necessidade do país de se armar com mísseis de "alcance mais longo" que sejam capazes de "chegar para além das nossas costas".
No entanto, em declarações à rede de televisão australiana Nine, Richard Marles recusou-se a dar detalhes sobre o número de mísseis de longo alcance que a Austrália vai adquirir.
O Departamento de Defesa dos EUA anunciou na quinta-feira a aprovação da venda à Austrália de até 220 mísseis de cruzeiro Tomahawk por 895 milhões de dólares (841 milhões de euros).
A operação "aumentará a capacidade da Austrália de operar em conjunto com as forças marítimas dos EUA e outras forças aliadas", a fim de lidar "com ameaças regionais e fortalecer sua defesa nacional", referiu o departamento, num comunicado que faz uma alusão velada à China.
O ministro das Indústrias de Defesa australiano disse hoje que os mísseis Tomahawk, que inicialmente serão instalados nos navios de guerra australiana, servirão para "dissuadir qualquer potencial adversário" e "promover a paz e a estabilidade".
Pat Conroy explicou à emissora pública ABC que os mísseis poderão ser disparados a partir dos submarinos movidos a energia nuclear com armamento convencional que a Austrália irá adquirir à Austrália.
Os submarinos podem "disparar torpedos pesados e mísseis de cruzeiro Tomahawk. Queremos a melhor capacidade possível para a Força de Defesa Australiana, que inclui a capacidade de atacar adversários o mais longe possível da costa australiana", disse Conroy.
O pacto AUKUS, assinado pela Austrália, Estados Unidos e Reino Unido em setembro de 2021, prevê a compra de submarinos nucleares, um programa que pode custar a Canberra até 368 mil milhões de dólares australianos (231,6 mil milhões de euros).