E agora?
Não tem muito tempo foram sucessivamente à bancarrota, ou quase, vários bancos em Portugal. O Estado teve de acudir para a salvaguarda do sistema financeiro português. A intervenção estatal significa que se repercutiu nos contribuintes.
Agora chegou o tempo das “vacas gordas” e são as instituições bancárias a anunciar resultados extremamente positivos. Os 6 maiores bancos portugueses apresentaram lucros de mais de 2.000 milhões de euros relativos a 2022. Mais 70% do que alcançaram em 2021.
Em período de arreliante inflação e quando os portugueses apresentam grandes dificuldades. Sobretudo, na relação que mantém com os bancos enquanto clientes. São as comissões sempre a subir, são os empréstimos de crédito à habitação com juros a crescer desmesuradamente.
Têm ou não estes bancos, que agora mostram lucros avultados, o dever de contribuir para o Estado que os ajudou quando precisaram? E não estou a falar da CGD porque essa, por ser nacionalizada, a isso já está obrigada.
Penso nos bancos que são privados e não terão esse comprometimento. Mas foi nalguns desses que o Estado despendeu quantias avultadas para os salvar de eventual bancarrota. E, agora, que dão lucros excessivos pagam a dívida ou assobiam para o lado? E o que fazem essas instituições pelos contribuintes que indirectamente os ajudaram e agora debatem-se com complicados compromissos bancários e estão em dificuldade?
O Estado, representando os seus cidadãos, tem a obrigação, junto a essas instituições financeiras, de sugerir medidas de clara e efectiva proteção aos clientes, que não sejam teóricas e só para alguns, neste momento particularmente difícil na vida de todos.