Debate sobre a Guerra Colonial agendado para Abril
Ainda sem programa definido, esta foi uma das decisões tomadas hoje pela Comissão para as comemorações dos 50 anos do 25 de Abril na Madeira
Foi perante cerca de meia centena de pessoas, em presença física ou por videoconferência, que a comissão para as comemorações dos 50 anos do 25 de Abril na Madeira apresentou, no início desta noite, o processo e a organização previstos, bem como auscultou as sugestões de iniciativas a desenvolver propostas por vários participantes no encontro.
A reunião, que decorreu na sede do Sindicato dos Professores da Madeira (SPM), resultou num conjunto de sugestões nas mais variadas áreas, como a música, o cinema, o teatro, a poesia, as artes plásticas, mas também a participação cívica e os debates.
Assente ficou já a realização, no mês de Abril, de um debate alargado sobre a guerra colonial, no qual deverão participar elementos que estiveram na frente de combate, mas também pessoas que desertaram, por discordarem dos objectivos desta guerra, aflorando, desta forma, as várias perspectivas deste confronto. A data do evento não é, para já, conhecida.
Alguns elementos da Comissão, com quem o DIÁRIO falou, mostraram-se surpreendidos com a participação de vários jovens, nascidos depois da 'Revolução dos Cravos', que deixaram um apelo para que sejam promovidas algumas acções com o objectivo de explicar o que foi o 25 de Abril e a importância desses acontecimentos para a democracia que hoje vivemos.
A ideia passará por lembrar o passado, mas, ao mesmo tempo, não descurar o futuro, pensando a actualidade da democracia e debater os aspectos que podem, hoje, colocá-la em causa. A autonomia, como consequência do 25 de Abril, deverá ser um dos aspectos a ter em conta nos debates e encontros a realizar.
Outro aspecto considerado foi a forma como a Madeira viveu a Revolução, mas também todas as revoluções que a antecederam, como a Revolta do Leite, a Revolta da Farinha ou a Revolta da Água, situações que evidenciam o carácter de resistência do povo madeirense, recusando a subjugação.
Cerca de 500 já assinaram manifesto pela evocação dos 50 anos do 25 de Abril na Madeira
Perto de meio milhar de pessoas já assinaram o manifesto pela evocação na Madeira do 50.º aniversário do 25 de Abril, revelou hoje a comissão organizadora das comemorações, dando ainda conta que agendou uma reunião-geral dos subscritores.
Música, exposições de fotografia ou de caricaturas também estão em análise por parte da Comissão.
Entre a plateia estiveram historiadores, antigos militares (incluindo um madeirense que integrou a coluna de Salgueiro Maia), muitos jovens, entre eles o realizador Francisco Lobo Faria, que foi desafiado a fazer um filme sobre as várias histórias de liberdade que marcam este período.