A dupla
As eleições do final deste ano na Madeira parecem decididas, mas muita água ainda pode correr e muita coisa pode mudar até o povo votar. A sondagem do Diário mostra uma clara vantagem da coligação PSD/CDS, mas a sondagem do JM, publicada dias antes, mostra que tudo está em aberto e que o atual poder não tem a maioria garantida.
É verdade que ambas demonstram várias coisas: há uma clara vantagem da coligação; a ausência de uma alternativa com credibilidade; a possível pulverização do Parlamento com a entrada de novos partidos e um possível regresso de outros; o défice de notoriedade de Sérgio Gonçalves, líder do PS e, finalmente, que Miguel Albuquerque e José Manuel Rodrigues estão muito bem vistos no eleitorado. Depois de ter perdido a maioria absoluta em 2019, o líder do PSD e Presidente do Governo, volta a cair nas graças do eleitorado, recuperando com a pandemia e com a gestão económica e tem pela frente muito trabalho para apresentar, a começar pelo Novo Hospital. Por outro lado, José Manuel Rodrigues, pese embora o seu CDS, estar mais fraco, consegue um excelente resultado, o melhor de todos os políticos regionais, na sondagem do Diário. É fruto do trabalho que tem vindo a realizar à frente do Parlamento, aproximando os eleitos do povo e abrindo as portas da Assembleia a todos os cidadãos. As suas intervenções a alertar para os problemas regionais têm vindo a consolidar a sua posição no panorama político. Depois de ter obtido os melhores resultados de sempre para o CDS, conseguindo eleger-se deputado à Assembleia da República, onde fez um grande trabalho, e depois de ter conseguido, por duas vezes, levar o partido a segunda força política mais votada nas eleições de 2011 e 2015, vemos que o Presidente da Assembleia está com ganas de se manter mais uns anos na política.
A dupla que faz com Miguel Albuquerque, revela uma estratégia muito bem definida, denota que há uma grande sintonia entre os dois e só revela a sua inteligência. Digam o que disserem as sondagens, a simpatia e o peso eleitoral desta dupla vão contar para captar votos úteis, em vários partidos, e dar a maioria absoluta à coligação. A não ser que o PS mude de vida e consiga se afirmar como Alternativa, o que é muito difícil a pouco mais de 6 meses das eleições. A ver vamos.
António Pinto