Crónicas

A pobreza pela mão do PS

Então não foram os orçamentos regionais que pagaram toda a habitação social na Madeira? A Autonomia acabou só porque António Costa assim quer? E o PS/M aceita essa falta de respeito pela Constituição?

António Costa não está interessado em contribuir para fazer Portugal melhor, mais competitivo e preparado para o futuro. Quer apenas renovar a maioria absoluta. Manter, este núcleo duro de esquerda, na governação do país. Mesmo que isso leve Portugal à pobreza generalizada do seu povo. Desistindo de níveis de prosperidade colectiva, à semelhança das democracias ocidentais da Europa, mergulha numa de “se não têm todos, não tem ninguém”. Não há mérito que justifique uma diferença. Não há esforço que justifique prémio. É o socialismo a vender decepções a pataco. Leva tudo por igual.

Para mim, o objectivo é fechar o partido comunista, que já acabou em toda a Europa, e liquidar o partido da Catarina e das irmãs Mortágua. Ficar rei e senhor de toda a esquerda mantendo uma elite “caviar” idiota agarrada ao poder.

Na impossibilidade de fazer todos prósperos há muitos que preferem sermos todos pobres. António Costa parece ser um destes.

Agora o essencial: de que serve a Autonomia se não podemos ser exceção por vontade própria dos madeirenses. A Autonomia constitucional é, ou pelo menos deveria ser, o direito à diferença nas várias políticas nacionais.

A habitação na Região é matéria política de exclusivo interesse regional. A não ser assim, a Autonomia é uma farsa. Se é que havia dúvidas.

Quem combateu a falta de habitação condigna na Madeira na década de 70 a 90? Então não foram os orçamentos regionais a pagar toda a habitação social? O Estado deu alguma ajuda? Se não deu, nem quis saber, como agora atropelam a nossa Autonomia e intrometem-se numa área para a qual nunca nada deram?

A Autonomia acabou só porque António Costa assim quer?

Se os madeirenses estão, em geral, incomodados, há que exigir do PS declaração inequívoca sobre o tema.

O PS/Madeira tem de declarar, sem tibiezas, se concorda com tudo o que António Costa propõe sobre habitação ou, pelo contrário, se exige o respeito pela Autonomia regional e a consequente liderança política da Assembleia Legislativa da Madeira. Quem decide é Lisboa ou o Funchal?

O PS dos comunas madeirenses, razão porque nunca houve partido comunista que se visse na Madeira, tem oportunidade para brilhar, coisa que nunca quis, amarrado que está a traições autonómicas.

Aquele ‘show’ televisivo e patético de António Costa só teve a ausência de Pedro Nuno Santos porque entretanto foi devorado politicamente por causa da TAP e do aeroporto de Lisboa. É, provavelmente, o mentor de toda aquela golpada na habitação. Só isso justifica a criação de um Ministério da habitação com a anterior Secretária de Estado, já que João Galamba, herdeiro do ministério do esquerdalha futuro líder do PS, é homem de Sócrates e não de Costa. Para manter o rumo de Pedro Nuno Santos na habitação havia que separar a tutela.

Investir em Portugal? Felizmente sou europeu e, no seu âmbito, ponho o dinheiro onde quero. Ou em qualquer outro local desde que declare. Em Portugal já não é seguro nem barato. E os nossos emigrantes?

Porque a seguir vem mais e pior. Temos um governo nacional de militantes do PS, obcecados com António Costa, que irão continuar com o seu basismo primário a impor socialismo de pobreza, coisa que já nem acontece nos países de leste. Deixámos de ter gente livre, inteligente e competente a nos governar. Agora seguem a cartilha da miséria socialista. Da corrupção generalizada, do “amiguismo partidário” e dos golpes sem fim.

Coligação eleitoral e Cunha e Silva à Assembleia

Vai tomando forma este caminho conjunto entre PSD e CDS. Missão: derrotar, com maioria absoluta, a extensão de António Costa e do PS na Madeira. Cada vez mais se torna evidente a necessidade de divergirmos da política no continente. É demasiadamente mau, como se está vendo, e o PS da Madeira é do mesmo gene e não se desmarca.

Miguel Albuquerque e Rui Barreto lideram a candidatura. Na AD também era assim, sendo que o terceiro, logo depois de Sá Carneiro e Freitas do Amaral, era o eng. Gonçalo Ribeiro Teles líder do PPM. Daí para diante a coisa é mais complicada.

A cumprir voluntariamente a lei da paridade segue-se uma mulher em terceiro lugar na lista e, se não for esta, o próximo presidente da Assembleia Legislativa. Há vários candidatos entre ilustres social-democratas e, perdoem-me os muitos possíveis e merecedores, atrever-me a indicar o nome de João Cunha e Silva, actual presidente do congresso regional do PSD. Não só está no topo da hierarquia do partido como tem prestígio e perfil para desempenhar o cargo com distinção. Seria um natural e brilhante fechar de carreira política.

Audições na Assembleia

Os deputados devem avaliar, previamente, as probabilidades de sucesso do que propõem. Querer fazer espectáculo sem matéria concreta é inútil. Sem provas, mera especulação pelo que se percebe.

Como disse, o empresário Luís Miguel Sousa, é tudo uma questão de mercado na quantidade, acrescentando eu, também na qualidade. Como isto é pequeno, há poucos e no geral são maus. Também na política.

Os deputados saíram-se mal. Deram uma péssima imagem da política regional. Não comprometeram os empresários. Um dos deputados, a abrir, repetiu quatro vezes a mesma treta. Aliás, se fosse verdade o que inventaram, então não era para ter ido à polícia em vez de chamarem à casa da democracia para meras especulações de “ouvi que alguém disse” ? Se Sérgio Gonçalves, que já foi administrador do Grupo Sousa, sabia de algum “pecado” empresarial então não deveria antes ter ido à polícia ?

E Sérgio Marques idem, idem, aspas, aspas ? É óbvio que deve ser o primeiro a ter oportunidade de prestar esclarecimentos.

Clube Desportivo Santa Clara

58 % da SAD do açoreano Santa Clara foi comprada por um grupo brasileiro de Minas Gerais, relacionado com o grande clube Cruzeiro. A operação de aquisição foi concretizada em Julho último, substituindo um anterior investidor turco. O novo proprietário brasileiro assumiu a responsabilidade pela dívida da SAD, qualquer coisa como trinta milhões de euros !!! Uma barbaridade para um clube que não tem qualquer património.

Se uma SAD açoreana consegue encontrar investidor com gabarito financeiro, só pode ser incompetência, ou “tirania”, as SAD’s da Madeira estarem entregues a “tesos” madeirenses que - e agora falo do Nacional - em vez de investirem no seu Clube, usam-no para viver dele e preparar a sua reforma da segurança social.

No Nacional os sócios aguentam tudo com medo do futuro, exactamente a única riqueza e potencial que tem. No presente nada valemos porque tudo é triste e vergonhoso. Há que procurar um sócio com credibilidade para limpar esta gente que o vai matar.

Marítimo

É possível um adepto do Marítimo apoiar o Benfica, nos Barreiros, contra o seu próprio Clube? No Nacional, relativamente a outro clube continental, também é possível! Tudo muito triste mas … é o que é. Para sempre pequeninos!

José Paradela e o POTRAM

Contratei o Arq. José António Paradela para coordenar o primeiro POTRAM, ou seja, o plano orientador de todo o desenvolvimento futuro do arquipélago. Já lá vão mais de trinta anos. Contra os que preferiam o regabofe generalizado e gritavam: “agora não se constrói mais nada. Vamos perder as eleições”.

Juntamente com o Eng. Rui Vieira, meu Director Regional de Planeamento, realizámos um trabalho épico para o momento e circunstâncias.

Também fez, a meu pedido pessoal, a primeira implantação do actual campo de golfe de Porto Santo, antes previsto para junto da praia entre o Ribeiro Salgado e a Calheta.

O seu nome tem registo dourado nesta Região Autónoma e é merecedor de justa homenagem pública.

João Salgueiro

É desconhecido da actual geração de políticos, muito mais novos e desinteressados da História política recente de Portugal. Para mim foi uma referência única como economista, político, governante e pessoa amiga que conheci. Aos meus 29 anos de idade, recebia-me como Ministro das Finanças fingindo não perceber o desconforto próprio de um rapaz feito Secretário Regional. Com ele senti-me sempre um privilegiado. Ajudou-me a “crescer” precocemente. Até sempre.

Comboio em Canárias

O governo regional de Canárias aprovou traçado para a linha férrea a construir entre a cidade de Las Palmas e a praia das Meloneras, no sul da ilha de Gran Canária. São 58 quilómetros onde está previsto serem investidos 1.650 milhões de euros, se houver subsídio nacional e europeu. Tudo uma questão de dimensão de mercado.