Israel liberta aos 83 anos o prisioneiro palestiniano mais velho
O prisioneiro palestiniano mais velho preso em Israel, Fouad Choubaki, de 83 anos, foi hoje libertado depois de cumprir uma sentença de 17 anos por tráfico de armas, informaram fontes palestinas.
Figura importante do Fatah, o partido do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, Fouad Choubaki foi preso em 2002 pelas forças de segurança palestinianas durante a 'Segunda Intifada' (a revolta palestiniana entre 2000-2005) antes de ser capturado pelas forças israelitas.
Fouad Choubaki foi acusado de tentar contrabandear armas do Irão para a Faixa de Gaza, a bordo de um cargueiro, o Karine A, embarcado no Mar Vermelho pelo exército israelita em janeiro de 2002.
Choubaki foi libertado algumas horas antes da prisão de Ashkelon, no sul de Israel, de acordo com um porta-voz do Clube dos prisioneiros palestinianos, uma associação de defesa dos direitos destes detidos em Israel.
Ao chegar a Ramallah, sede da Autoridade Palestiniana, reuniu-se no túmulo de Yasser Arafat, líder histórico da causa palestiniana falecido em 2004 e de quem era próximo.
"Seguiremos o caminho que Yasser Arafat traçou para nós, continuaremos a sua resistência custe o que custar. As nossas vidas não valem nada quando se trata da nossa pátria, nosso povo e aqueles que foram martirizados ao longo do caminho" disse Choubaki, com os ombros cobertos com um 'keffiyeh'.
As autoridades palestinianas, incluindo Mahmoud al-Aloul, vice-presidente do Fatah, cercaram-no, enquanto os apoiantes vestiam camisolas com a sua imagem, relata a AFP.
Choubaki esteve detido entre 2002 e março de 2006 na prisão de Jericó, na chamada área palestiniana autónoma, no centro da Cisjordânia, sob a vigilância de observadores britânicos e americanos, até ser capturado, com outros palestinianos, durante uma operação do exército israelita a esta prisão na Cisjordânia ocupada.
Financiador do Fatah, foi acusado por Israel de ser um dos responsáveis pelo fretamento do Karine A, que segundo as autoridades israelitas transportava 50 toneladas de armamento, entre mísseis antitanque e explosivos, fornecidos pelo Irão e pelo Hezbollah libanês.
Considerado culpado por um tribunal militar israelita, foi condenado a 20 anos de prisão, sentença posteriormente reduzida para 17 anos.