13 militares da Marinha recusam missão em navio com avaria
A Marinha Portuguesa confirmou, através de um comunicado divulgado na sua página oficial, que 13 militares do navio NRP Mondego, que se encontra atribuído à Zona Marítima da Madeira, recusaram ocupar os respectivos postos na preparação da largada para execução de uma missão, na noite do passado sábado (11 de Março). Nesse dia o navio encontrava-se com uma avaria num dos motores, dá conta a mesma nota, avançando que os militares em causa arriscam responder por insubordinação.
Deste modo, os militares em causa, não cumpriram com os seus deveres militares, usurparam funções, competências e responsabilidades não inerentes aos postos e cargos respetivos. Estes factos estão ainda a ser apurados em detalhe, e a disciplina e consequências resultantes serão aplicadas em função disso.
Segundo a Marinha, "a missão atribuída ao NRP Mondego era de curta duração e próxima da costa, com boas condições meteo-oceanográficas".
"O estado de prontidão dos navios é avaliado, em primeira instância, pelo próprio comando deste, pela sua cadeia hierárquica e pela estrutura de manutenção da Marinha", argumenta a autoridade em comunicado, acrescentando que "o comandante do navio reportou à cadeia hierárquica que, apesar das limitações mencionadas, tinha condições de segurança para executar a missão".
A nota assegura também que "o Comando Naval (cadeia hierárquica) deu liberdade ao comando do navio para abortar a mesma em caso de necessidade superveniente".
"Os navios de guerra, sendo um conjunto de sistemas muito complexos e muito redundantes, podem operar em modo bastante degradado sem impacto na segurança. Essa avaliação, mais uma vez, pertence à linha de comando e à Superintendência do Material, enquanto entidade técnica responsável. Ambas as entidades não consideraram estar o navio inseguro para navegar. As guarnições dos navios são treinadas para operar em modo degradado, estando preparadas para lidar com os riscos inerentes, o que faz parte da condição militar", reforça o comunicado.
Ainda segundo a Marinha "quatro sargentos e nove praças do navio avaliaram que este não estaria pronto para navegar e recusaram-se a cumprir com a missão. No entanto, alguns referiram ao comandante que se a missão fosse salvar vidas iriam para o mar".
"A avaliação das prioridades das missões e estado do navio segue uma linha hierárquica bem definida e estruturada na Marinha. Nesse sentido, cabe apenas à Marinha, e a sua linha hierárquica, a definição de quais os navios em condições de cumprir com as missões atribuídas", conclui.