Brasil já libertou mais de mil 'bolsonaristas' suspeitos dos ataques de Janeiro
O Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil ordenou hoje a libertação de mais 130 suspeitos de participação nos ataques a instituições em 08 de janeiro, dado que indica que mais de mil 'bolsonaristas' foram libertados, embora continuem sob vigilância.
Dos cerca de 2.200 apoiantes do ex-presidente Jair Bolsonaro que foram presos por invadir e vandalizar prédios em Brasília 08 de janeiro numa tentativa frustrada de promover um golpe de Estado, apenas 392 permanecem na prisão, quase todos homens.
Segundo informações divulgadas pelo STF, os que foram soltos devem usar pulseira eletrónica, não podem sair de casa à noite ou usar as redes sociais, bem como estão proibidos de entrar em contacto com outros detidos.
As ordens de libertação foram assinadas pelo juiz Alexandre de Moraes, responsável por analisar denúncias de vários crimes contra os suspeitos, como incitação ao crime e associação criminosa.
Quase mil 'bolsonaristas' detidos terão que responder por essas acusações, enquanto 219 responderão por outros crimes, como tentativa de golpe.
O ataque à Esplanada dos Ministérios não tinha precedentes na história do Brasil
Apoiantes de Bolsonaro invadiram e vandalizaram em 08 de janeiro as sedes do Supremo Tribunal Federal, do Congresso e do Palácio do Planalto, em Brasília, obrigando à intervenção policial para repor a ordem e suscitando a condenação da comunidade internacional.
A invasão começou depois de militantes da extrema-direita brasileira apoiantes do anterior presidente, derrotado por Lula da Silva nas eleições de outubro passado, terem convocado um protesto para a Esplanada dos Ministérios para tentar derrubar o novo Governo.
Após os atos de vandalismo, o STF afastou o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, por 90 dias, considerando que tanto o governador como o ex-secretário de Segurança e antigo ministro da Justiça de Bolsonaro Anderson Torres, que está preso, terão atuado com negligência e omissão.
A justiça brasileira também investiga Jair Bolsonaro para esclarecer se teve participação na instigação dos atos golpistas, e também estão a ser investigados funcionários públicos e outras autoridades suspeitas de omissão ou de facilitação dos ataques.