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Jamie Lee Curtis pede "mais mulheres em qualquer lado, a qualquer hora, ao mesmo tempo"

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Foto EPA

A atriz Jamie Lee Curtis, que esta noite venceu o seu primeiro Óscar, aos 64 anos, pelo seu papel em "Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo", pediu mais paridade de género em Hollywood e mais mulheres nomeadas em todas as categorias.

"Obviamente gostaria de ver muito mais mulheres a serem nomeadas, para que haja paridade de género em todas as áreas, em todas as categorias", disse a atriz, na sala de entrevistas dos bastidores dos Óscares. "Ainda não estamos perto disso", considerou. 

Jamie Lee Curtis considerou ser "surreal" estar entre as nomeadas e ter vencido o Óscar de Melhor Atriz Secundária, com o papel de Deirdre Beaubeirdra que já lhe tinha rendido um prémio do Sindicato dos Atores. 

A atriz disse que a questão da diversidade e inclusão envolve um debate maior: "Como se inclui toda a gente quando temos escolhas binárias", referiu, lembrando que tem uma filha transexual. 

"Mas ao retirar o género da categoria, receio que vá diminuir as oportunidades para mais mulheres, o que é algo que também tenho estado a trabalhar para promover", disse. 

"É uma questão complicada, mas penso que a coisa mais importante é inclusão e mais mulheres", continuou. "Basicamente mais mulheres em qualquer lado, a qualquer hora, ao mesmo tempo", disse, fazendo uma alusão ao título do filme que lhe deu o Óscar esta noite em Los Angeles e que fez história na cerimónia. 

O tema da diversidade foi revisitado várias vezes ao longo da noite nos bastidores, por onde passaram os vencedores para responder às perguntas dos jornalistas. As vencedoras do Óscar de Melhor Documentário em Curta-Metragem "The Elephant Whisperers", Kartiki Gonsalves e Guneet Monga, também abordaram a questão. 

"São duas mulheres de um país de 1,4 mil milhões [de habitantes] e é a primeira produção da Índia a vencer", sublinhou a produtora Guneet Monga. "Não esperem por ninguém" afirmou. "Vocês não precisam de um lugar à mesa. Criem a vossa própria mesa e sentem-se nela". 

Foi o que fez Sarah Palley, que venceu o Óscar de Melhor Argumento Adaptado por "A Voz das Mulheres". A cineasta mostrou-se muito contente pelo reconhecimento da Academia de um filme sobre mulheres que se elevam acima do medo e da discórdia e fazem valer a sua voz. 

A 95ª cerimónia dos prémios da Academia decorreu no Dolby Theatre, em Los Angeles.